Fernando Teixeira, egresso da Unesp Bauru e CEO de uma joint venture na China (Créditos: The CEO Magazine)
Quando Fernando Teixeira estudou na Unesp, a universidade estava em um período de transição. Na década de 1980, a Unesp foi base do projeto de descentralização do ensino superior no Estado de São Paulo. Eram 14 campus universitários isolados em todo o estado que foram incorporados à instituição. Durante o primeiro ciclo de expansão da UNESP em 1981, a Faculdade de Engenharia, vinculada à FEB - Fundação Educacional de Bauru tornou-se UB - Universidade de Bauru e somente em 1988 o processo foi finalizado onde a UB foi encampada pela Unesp.
Teixeira ingressou na Universidade de Bauru justamente em 1981. Para ele foi a realização de um sonho: “Eu havia terminado um curso técnico e trabalhado um ano na Jhonson&Jhonson. Meu sonho era fazer engenharia, então parei de trabalhar me mudei para Botucatu onde minha família mora e comecei a me preparar para o vestibular. Na época ainda era Universidade de Bauru, mas já tinha uma boa reputação e uma equipe de professores bem preparada”, relembra o engenheiro.
Naquele período, as aulas ainda eram ministradas no antigo campus da Faculdade de Engenharia de Bauru e os alunos aguardavam para o término da construção do novo campus. Para Fernando, foi um momento marcante para o desenvolvimento e participação no movimento estudantil, pois os estudantes estavam unidos para UB virasse Unesp.
As experiências coletivas e a qualidade das aulas foram os diferenciais da vivência de Fernando na universidade. Depois de se formar, o CEO trabalhou em uma empresa de refrigeração em Bauru. A formação na Unesp, para ele, ajudou na vida profissional pelo contato com grandes pesquisadores e professores.
Fora da caixa
Foi na UNESP que Fernando aprendeu a pensar fora da caixa e conseguir fazer uma leitura da realidade. Como exemplo, ele relembra uma aula de mecânica: “o professor nos mostrou um dispositivo chamado PIV (Positive Infinite Variation), que é um dispositivo com duas polias e uma correia podia se ajustar para variando a velocidade de entrada de saída em infinitas velocidades. Ele falou que um dia essa tecnologia seria implementado em carros e isso aconteceu! Hoje temos carros da Nissan, Honda e Toyota equipados com este tipo de câmbio”, comenta.
Depois de passar desta experiência, o egresso buscou trabalhar em empresas maiores do mercado. Participou de um concurso e passou para atuar na maior indústria siderúrgica do Brasil e da América Latina, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Ficou lá durante 12 anos até ser contratado para trabalhar na China, como CEO de uma Joint Venture (união de empresas) entre a ArcelorMittal e a Valin Steel.
Com toda a trajetória e mais de 30 anos depois, Fernando ainda nutre um carinho e uma saudade dos tempos de Unesp. A integração entre os estudantes e o ambiente são os aspectos mais marcantes na memória do ex-aluno. A lembrança mais forte, entretanto é o da colação de grau - “eram 3 turmas de engenharia - Civil, Elétrica e Mecânica - e eu recebi um certificado de melhor aluno da turma de mecânica. Eu não sabia e não estava esperando. Após 5 anos de muito estudo e dedicação, ver aqueles amigos e com as famílias celebrando foi emocionante”, destaca.