Elisa Tomoe Moriya Schlünzen é professora e coordenadora de gestão do Núcleo de Educação a Distância da UNESP (NEaD). Em julho deste ano ela recebeu o título de Comendadora pela Associação Brasileira de Líderes. Além do título, Schlünzen também recebeu uma placa de diplomação, o Troféu Excelência e Qualidade Brasil 2018 e o Selo de Qualidade.
O reconhecimento da docente e coordenadora do NEaD é reflexo da dedicação com a carreira de 36 anos na UNESP. Entre as carteiras da sala de aula da graduação, as disciplinas ministradas na Faculdade de Ciências e Tecnologia de Presidente Prudente e os esforços para tornar a educação cada vez mais inclusiva, fica evidente o carinho por lecionar e transformar realidades.
Nesta entrevista, Elisa nos conta sua trajetória como egressa e colaboradora da UNESP:
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ALUMNI: Conta para gente quando e por quê você ingressou na UNESP?
Elisa Schlünzen: Foi em março de 1982. Na verdade passei em dois vestibulares: em Enfermagem na PUC de São Paulo, porque gostava muito de cuidar das pessoas e achei que com esta formação poderia ajuda-las mais, no entanto, o curso era pago e eu teria que residir na capital onde o custo de vida era alto; e em Matemática na Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT), no câmpus de Presidente Prudente da Unesp, pois tinha facilidade com a área e, sempre que necessário, dava aulas para as minhas amigas que apresentavam dificuldades em aprender os conteúdos ensinados.
Assim, pensei que em qualquer uma destas duas áreas eu poderia ser útil e me realizaria profissionalmente. Mas optei pelo curso de licenciatura em Matemática porque era de uma família muito pobre e a FCT era a minha possibilidade de ter uma graduação. Com o tempo, percebi que uma escolha acertada, pois foi o curso que me deu muita realização pessoal e profissional.
Quais são as diferenças entre o campus, os estudantes, as disciplinas que você observa hoje em dia na unidade?
O campus está maior, com mais cursos, mais prédios e alguns reformados, além de ter muitos equipamentos e recursos hoje. Na minha época tínhamos apenas um computador que era operado por uma única funcionária. Hoje temos muitos laboratórios, alguns muito bem equipados.
E os estudantes são bastantes diferentes da minha época. Quando eu era estudante a universidade para nós era a única fonte do saber. Os nossos discentes hoje são nativos digitais e é uma geração muito diferente da nossa época, vivem na sociedade do conhecimento, tendo informações em toda parte, com menos dependência dos professores, necessitando de orientações para sistematizar as informações que se deparam para transformá-las em conhecimento
Tem algum projeto ou atividade que te marcou durante graduação?
Acredito que nenhum, porque os projetos ou atividades diferenciadas, naquela época, eram muito raras. Nossas atividades essencialmente eram em sala de aula.
Como a UNESP colaborou com a sua formação?
A Unesp é uma universidade de excelência, muito respeitada no Brasil. Além disso, na minha época, para a aprovação era tudo muito complexo, então sobreviviam somente aqueles que eram muito dedicados. De certa maneira, tive que me dedicar muito para me formar.
Mas valeu a pena, né?
Sobre trabalhar com a UNESP, na UNESP: como foi esta experiência?
Trabalhar na Unesp acredito que era um sonho de todos muitos os estudantes, na verdade eu nem imaginava que isto seria possível. Mas, deu certo e com 24 anos de idade iniciei minha carreira como docente na Unesp. Para mim foi mais do que um sonho realizado.
E de todas as frentes que você atuou, qual foi a mais desafiadora? E por quê?
Trabalhar na área de Educação e, principalmente, na área da Inclusão e Educação a Distância! Primeiro porque há um preconceito com a área de humanas e segundo porque decidi atuar em duas áreas que representam grandes desafios para a Educação.
Aproveitando para falar do Núcleo de Educação a Distância da UNESP (NEaD), qual é a importância do Núcleo para a universidade?
O NEaD é um núcleo de excelência da UNESP que desde 2009 desenvolve atividades de docência, pesquisa e extensão, conseguindo conquistar qualidade na formação de educadores e profissionais.
Este trabalho é reflexo da atuação de uma equipe selecionada e formada para que houvesse uma boa idealização, elaboração, desenvolvimento, acompanhamento e avaliação dos cursos que ofertamos a distância ou híbridos, com acessibilidade e qualidade.
Certificamos mais de 22.000 profissionais e hoje temos mais de 300 mil pessoas inscritas nos cursos online na UNESP Aberta mantida pelo Núcleo. Neste sentido, a Unesp passou a ser referência para outras instituições nacionais e internacionais, e atualmente é considerada uma instituição de excelência na área de formação online no país.
Recentemente você recebeu o título de Comendadora da Associação Brasileira de Líderes, que busca homenagear quem se destaca na área de atuação. O que este reconhecimento simboliza para você?
Acredito [que o reconhecimento é] pelo diferencial do trabalho realizado pelo NEaD em termos de acessibilidade e pela abordagem (Construcionista, Contextualizada e Significativa) usada para a formação inicial e continuada, ideias que defendi na minha livre docência em 2015.
Por fim, como você é atuar profissionalmente na mesma instituição que te formou?
Para mim foi um presente. Fui discente e, na sequência, docente a convite do professor Messias Menegetti, que é um dos profissionais que tenho a maior gratidão e admiração pela sua competência, sabedoria e simplicidade.
Assim, para a Unesp devo a minha formação, carreira acadêmica e atuação profissional, vivi 36 anos dedicados a Unesp, instituição em que me desenvolvi em todos os aspectos. Acho que dificilmente tem ou terá alguém que torce mais do que eu pelo desenvolvimento e sucesso desta instituição.
