Otávio Uzumaki cresceu em Ilha Solteira, onde cursou Ciências Biológicas na Unesp. A escolha por essa área ocorreu porque a cidade à beira-rio o proporcionou contato com a natureza. Em 2024, o unespiano ingressou no mestrado em Comunicação do câmpus de Bauru. Essa mudança ocorreu também devido a experiência do jovem na graduação, quando se aventurou no mundo do audiovisual e passou a integrar um grupo formado por professores, egressos e estudantes: o coletivo artístico Insulares. Essa equipe foi beneficiada pela Lei Paulo Gustavo (nº195/2022) em janeiro deste ano.
Com objetivo de estimular o incentivo à cultura, a lei federal repassa verbas a estados e municípios. Esses, por sua vez, lançam editais, prêmios ou chamamentos públicos para profissionais de cultura. Os processos seletivos e seus regulamentos são supervisionados pelo Ministério da Cultura.
O coletivo artístico Insulares ganhou editais que estimulam a criação de 3 curtas-metragem, que estão sendo produzidos, e um cinema itinerante. Assim, os membros criaram o “Cine Itinerante Mapinguari” que está fazendo exibições nas ruas e praças de Ilha Solteira ao longo deste ano.
“O Cine Itinerante Mapinguari tem como objetivo difundir a cultura audiovisual nacional e revitalizar espaços públicos em Ilha Solteira, exibindo produções brasileiras em bairros periféricos. Tem sido uma experiência muito enriquecedora, e o processo de curadoria e pesquisa tem proporcionado uma redescoberta do cinema nacional. Além de permitir que nossas produções circulem pela comunidade do município. Muitos de nossos temas abordam questões que nos atravessam, como territorialidade e memória”, conta Otávio.
Otávio Uzumaki e Louise Lara Matos Eccheli, também membra do coletivo Insulares, durante oficina artística. Imagem: arquivo pessoal do egresso
O cinema exibe somente filmes brasileiros e direciona suas sessões para crianças e adultos. “Realizamos algumas exibições de animações nacionais para crianças, nessas buscamos curtas que abordam questões étnico-raciais, como ‘Estela, a menina Maraguá’ e ‘Meu Nome é Maalum’. Ambas são produções ricas que dialogam com o poder da ancestralidade”, ressalta o egresso.
Ele também explica: “Para jovens e adultos, temos realizado exibições da série produzida pela Kondzilla e o YouTube, "Beat of Diaspora". Esse documentário, com uma linguagem visual estimulante, destaca como a música, o funk, a dança e outras formas de expressão culturais originárias na África se transformaram e se integraram em diferentes contextos globais”.
Experiência na Unesp
Otávio começou a integrar o coletivo Insulares durante a graduação. Foi nesse período também que desenvolveu, junto com os outros membros, alguns curtas metragens que podem ser assistido no site de seu portfólio artístico.
Ele conta que na Unesp, mesmo cursando um tema fora dessa área, teve oportunidade de se relacionar com arte e cultura, através de coletivos e movimentos sociais. O egresso comenta que enxerga a ação política também como uma ação estética e cultural, sendo a arte uma ferramenta de reflexão e denúncia.
“Temas como cultura popular, gênero, sexualidade e identidade serviram de base para uma série de experimentos, intervenções e outras atividades. Esses projetos foram sempre desenvolvidos coletivamente, com pessoas criativas e inspiradoras que se desafiam a produzir arte em lugares como o noroeste paulista”.
Devido a toda essa experiência, ele conta que sua migração para o campo interdisciplinar da Comunicação foi natural. “Embora tenha mudado de área, considero que, como professor no ensino formal e informal, a comunicação tem sido essencial para esses processos meditativos e reflexivos”, conclui.
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Membros coletivo artístico Insulares:
Matheus de Barros Picolotto (UFMS)
Louise Lara Matos Eccheli (UNIVESP)
Arthur De Souza Barbieri (UFMS)
Euler Meneghin (UNESP)
Victoria de Azevedo Braga Tatini (UNESP)
Felipe Silva Gomes (Professor do Estado)
Felipe Martins Pereira (UFMS)
Rosa Almeida (Professora IF)
