Felipe Costa é formado em Engenharia Ambiental (2011) pela Unesp, câmpus de Rio Claro. O egresso teve uma trajetória um pouco diferente da convencional, porque o seu foco sempre foram os concursos públicos. Ele atuou como engenheiro ambiental concursado, mas aos 34 anos resolveu mudar de área. Hoje, é auditor fiscal na Secretaria de Estado da Fazenda do Pará e conta que está muito realizado. 

Entretanto, a trajetória para conseguir suas aprovações em concursos públicos nunca foi fácil. Desde a graduação, Felipe já desejava entrar no “mundo dos concursos”, como conta. O engenheiro afirma: “Ao longo da faculdade, perto da conclusão, comecei a prestar algumas provas, sem muito êxito até então. O caminho seria mais árduo do que imaginava. Após estar formado, deparei-me com um cenário bem comum a muitos que saem da faculdade: um mercado privado que remunerava mal e exigia muito”.

O unespiano declara que não se sentia realizado no trabalho que havia conseguido como engenheiro, permaneceu no cargo por três meses e pediu demissão. Assim, tomou de vez a decisão que direcionaria a sua vida, pois decidiu se preparar de forma adequada, conseguiu materiais de qualidade e começou a prestar os concursos na Área de Engenharia Ambiental. 

“Felizmente, além da disciplina necessária para passar o dia todo estudando, meses afinco, o ano estava favorável, com muitos concursos abertos. Acabei sendo aprovado na CPTM, Metrô, Sabesp e na Prefeitura de Sertãozinho, todos no Estado de São Paulo. Exerci o cargo de engenheiro ambiental no Metrô de São Paulo por 8 anos e já digo que o trabalho era ótimo. Carga horária adequada, remuneração ok, muito aprendizado, contato com diversos órgãos ambientais, enfim, estava tudo se encaminhando conforme o planejado”.

O emprego no metrô foi uma experiência profissional para Felipe, mas ainda não era o seu destino final, pois a área de concursos ainda lhe ofereceria oportunidades maiores. Com o passar do tempo, o engenheiro começou a se sentir frustrado com a rotina da capital, muito trânsito, muita gente e já não havia novidades em seu trabalho.

“Estava insatisfeito com a vida que levava e decidi que não era aquilo que queria para o resto dos meus dias. Isso passou a pesar com os anos e, assim, tomei a decisão de retornar aos estudos em 2019. Confesso que não foi fácil abandonar a carreira, já possuía uma boa experiência, um mestrado na área de Saneamento, mas o desejo de sair de São Paulo, aliado a uma maior flexibilidade no trabalho me fez retornar aos livros”.

A partir de então, Felipe pesquisou diversas carreiras dentro do funcionalismo público e percebeu que a área Fiscal possuía uma alta remuneração, flexibilidade e não era preciso ter uma formação específica, apenas um curso superior. 

“Foram 3 anos e meio de muita luta, estudando e trabalhando, acordando por volta das 05h todos os dias, estudando no percurso, na sala de espera do médico, na fila do banco e antes de dormir. Como há muitas vantagens e benefícios, a área Fiscal é muito visada e a concorrência é extremamente pesada, exigindo um estudo profissional, dedicação praticamente de um atleta olímpico. Nunca pensei em desistir, mas sempre me questionava se aquilo realmente era pra mim ou se estava querendo ir longe demais, pois viajar para outro estado prestar uma prova e voltar com uma reprovação nas costas não é fácil. Imagine 2, 3, 4 reprovações…”

Mesmo com algumas reprovações, o unespiano não desistiu e em 2022 conseguiu sua aprovação como auditor fiscal nas Secretarias de Fazenda do Pará, de Belo Horizonte e do Amazonas. Assim, teve que escolher entre as 3 aprovações e optou pela Secretaria do Pará. “Finalmente consegui conquistar os objetivos que tanto sonhei e ainda pude escolher onde trabalharia. Foi muito melhor do que imaginei”.

Depois de 3 anos de bastante dedicação, Felipe deixa um recado para graduandos e egressos: "Por mais clichê que pareça, acredite sempre em você e persista nos seus objetivos, custe o que custar. Faça deles sua verdadeira obsessão. Vale muito a pena. Também digo que nunca é tarde para recomeçar em uma nova carreira. Caso esteja muito descontente, não fique com medo de escolher outro caminho. A vida é muito curta para ser frustrado por toda a vida. Não me imaginava tão realizado tantos anos depois da faculdade”.

Felipe em sua formatura, a bandana do Japão era uma brincadeira devido a vitória de seu time, o São Paulo, no mundial que ocorreu no país. Foto: Arquivo pessoal de Felipe.

Para os estudantes, ele ainda afirmou que é preciso viver intensamente tudo que a faculdade proporciona, pois são muito ensinamentos e experiências que acabam formando quem somos. Para Felipe, é preciso viver a sala de aula, os debates, as assembleias, as festas, as repúblicas, as convivências entre semelhantes e diferentes.

Assim, o egresso conclui: “Agradeço o espaço cedido pelo Portal Alumni Unesp, a página de vocês é excelente. Aos meus pais e minha namorada, por todo apoio necessário nesses anos de luta e aos amigos da faculdade, à República 51 e Safari, e aos professores do IGCE, por fazerem parte de minha história”.

Ainda por cima, o egresso se colocou à disposição para solucionar alguma dúvida dos leitores, basta entrar em contato no seu instagram @goiabafnc