Egresso se torna escritor e é o 4º brasileiro a vencer o Prêmio Saramago | Alumni Unesp
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Publicado em:
12/05/2025
12/05/2025
Tempo de leitura: 5 min

Egresso se torna escritor e é o 4º brasileiro a vencer o Prêmio Saramago
Rafael Gallo é autor de livros vencedores de prêmios internacionais e nacionais



“Quando recebi a notícia, foi um choque imenso”, lembra Rafael Gallo ao contar sobre a conquista do Prêmio Literário José Saramago em 2022. Ele foi o 4º brasileiro a vencer essa premiação voltada para países lusófonos. A obra premiada foi “Dor Fantasma”, apesar da forte emoção esta não era a primeira vez que o escritor ganhava um concurso. Sua carreira na Literatura começou quando seu livro de contos "Réveillon e outros dias" venceu o Prêmio Sesc em 2012. O egresso se formou em 2009 pelo Instituto de Artes (IA) da Unesp, câmpus de São Paulo e, atualmente, cursa doutorado na Universidade de Lisboa (Portugal). 


O prêmio internacional José Saramago incentiva a criação literária em língua portuguesa e o surgimento de novos escritores. A iniciativa existe desde 1999 e foi criada pela Fundação Círculo de Leitores de Portugal, com o intuito de homenagear a atribuição do Prêmio Nobel da Literatura de 1998 ao escritor português.


Hoje, Rafael é autor de quatro livros, sendo que dois deles têm versões adaptadas para o português europeu. Outro concurso conquistado pelo escritor foi o Prêmio São Paulo de Literatura em 2016, com o seu primeiro romance ficcional “Rebentar”.


A criatividade sempre foi uma característica de Rafael, desde a infância. Foi o fascínio pela arte de criar que o levou para a faculdade de Música, Composição e Regência no IA da Unesp. Esse mesmo encantamento o tirou da indústria musical e o levou até a Literatura.


Transição da música para escrita


O egresso começou a trabalhar enquanto estudava na graduação, ele produzia trilhas sonoras para televisão e publicidade. “Eu gosto de criar, então conseguir trabalhar com criação foi um sonho, mas muitas vezes você é solicitado para fazer uma música de uma propaganda que você não gosta do som que precisa produzir. Não gostava de não conseguir exercer a criatividade de forma livre. Queria expressar minhas ideias”, conta. 


Essa frustração foi o pontapé inicial para ele começar a escrever por lazer, não tinha a pretensão de ser escritor, até que a prática começou a suscitar um interesse em aprender mais sobre aquilo. Foi nesse momento que Rafael reuniu contos escritos ao longo de sua vida e os compilou no livro "Réveillon e outros dias". 


O começo não foi fácil, ele tentou enviar seus contos a várias editoras que não o responderam. “Foi devido ao Prêmio SESC de 2012 que minha vida na Literatura deu uma guinada, o livro vencedor do concurso ganhava a publicação pela editora Record. O projeto também levava os escritores para um circuito, então participamos de vários eventos”, ressalta. A premiação fez com que ele olhasse com outros olhos o seu futuro com a escrita. 


Em 2013, ingressou em um Mestrado em Meios e Processos Audiovisuais na USP e começou a dar aulas de música. Em paralelo a isso, iniciou a escrita do romance “Rebentar”, também publicado pela Editora Record, em 2015. No ano seguinte, decidiu entrar em um “emprego com a finalidade de pagar as contas”, para poder escrever em paralelo. Assim, foi aprovado em um concurso no Tribunal de Justiça, essa experiência acabou inspirando a narrativa do livro “Dor Fantasma”. 


“Quando escrevi o livro, a história tinha muita relação com que estava vivendo. A narrativa é sobre um pianista perfeccionista que tem a mão amputada e para ele isso é perder a vida, porque não pode mais tocar piano. Era um pouco meu sentimento na época, de repente eu me vi em um emprego burocrático na área do Direito que não tinha nada a ver comigo. Senti que comecei a perder a minha identidade”, explica. 


Rafael conta que terminou o livro durante a pandemia e, por isso, não conseguiu publicá-lo de imediato. Dois anos depois, surgiu o edital do prêmio José Saramago e era voltado para obras inéditas.


“O prêmio era um sonho para mim. Então, eu queria muito ganhar, mas, ao mesmo tempo, parecia ser aquele sonho inatingível (como todo sonho parece, em algum grau). Quando recebi a notícia, foi um choque imenso. Eu estava sozinho em casa, já sem esperança, e tocou meu celular. Era um número estranho, então não atendi. Mas fiquei curioso e pesquisei o número no Google, descobri que era uma ligação de Portugal. Telefonei de volta e me atendeu a Guilhermina Gomes, presidente do júri da premiação. Eu mal lembro do que ela disse, tão grande foi o impacto. E eu, sozinho em casa, caí no chão e comecei a chorar e a rir ao mesmo tempo, a falar mil coisas (provavelmente, sem muito sentido)”, conta o egresso.


Após a premiação, ele passou a ser convidado para eventos em Portugal e ficou encantado com a valorização da leitura no dia-a-dia do país. “Gosto muito de como a Literatura tem um espaço maior do que no Brasil. Infelizmente, no nosso país os livros viraram quase uma coisa de nicho”, destaca. 


Motivado pela valorização literária e por ter vontade de viver uma experiência internacional, Rafael se candidatou e foi aprovado no doutorado em “Estudos Comparativos” na Universidade de Lisboa, em 2024.


No mesmo ano, ele publicou “Cavalos no Escuro” - seu livro mais recente. “Esse livro reúne contos que foram escritos nesse período todo, desde que publiquei meu primeiro livro, bom, agora eu sou escritor mesmo, né? Não tem muito como escapar", brinca o egresso. 




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