Em 2015, Luís Zuccolo se formou em Zootecnia na Unesp, câmpus de Botucatu. Quando era estudante, ele tinha planos de se especializar em Ovinocultura, mas depois de uma oportunidade frustrada, Luís escolheu dedicar-se a algo que o acompanhou durante a maior parte de sua vida: o adestramento de animais.

Hoje, o zootecnista trabalha com o treinamento de diversos tipos de animais, inclusive aves. Com o desenvolvimento de sua carreira como adestrador, Luís acabou criando sua própria empresa, que oferece adestramentos para pets de todo o Brasil. Além disso, ele também desenvolveu sua própria linha de produtos, que facilitam o processo de educação dos animais.

A curiosidade e o desejo de interagir com os animais vêm desde sua infância, mas isso não ocorreu de uma forma tranquila, no começo, Luís tinha que esconder seus pets de seus pais. Hamster, calopsita, porco-espinho e até uma dupla de lagostas fazem parte da lista de pets que o menino criou em segredo. 

“Meus pais nunca permitiram que eu tivesse animais dentro de casa e isso acabou sendo muito frustrante pra mim, porque ao mesmo tempo que eu gostava muito de animais, só podia ter contato com eles em casas de amigos e parentes”.

A atenção e cuidado com esses pets tinham que ser redobrados, conta Luís: “pelo fato de não poderem desconfiar que eu tinha esses animais dentro de casa, eu tinha que cuidar deles muito bem para que os cheiros, barulhos e eventuais destruições não ocorressem”.

Depois de algum tempo, sua avó resolveu ajudar o garoto a realizar esse sonho de interagir com animais e lhe deu um cachorro, que ficaria na casa dela, mas seria dos dois. O animal de estimação foi, nas palavras de Luís, essencial para que ele se transformasse no profissional que é hoje. 

“A grande verdade é que esse cachorro fez tantas coisas negativas, como quase aleijar a funcionária da minha avó, que eu percebi que um cachorro mal educado está em constante sofrimento. Foi por conta disso, também, que eu aprendi uma lição valiosa para minha carreira: os cães não têm culpa de serem mal educados, os reais culpados são os tutores”.

Ele conta que esse cachorro, apesar de arrumar muita confusão, também foi um ótimo companheiro e que lhe ensinou várias lições sobre o mundo dos animais. 

“Com toda essa história toda acontecendo, fui desenvolvendo cada vez mais amor e vontade de trabalhar com animais e, a partir disso, resolvi fazer a faculdade de Zootecnia”. 

Luís Zuccolo com sua família. Foto: Johnny.

Relação com a Unesp e mudança de carreira

Luís foi criado em Tatuí (SP) e se mudou para Botucatu (SP) para cursar a graduação. “Eu não poderia ter feito outra escolha a não ser cursar Zootecnia na Unesp, porque além de ser extremamente conceituada foi o local onde todos me diziam ter o melhor aprendizado, melhores práticas e um ótimo lugar pra eu me desenvolver. E todos estavam certos sobre essa escolha, pois foi lá que além de todo o estudo, teoria e prática, a faculdade me fez ver o mundo como ele realmente é”.

Durante a faculdade, Luís havia decidido se especializar em Ovinocultura. Segundo ele, a mudança de carreira foi uma escolha determinante em sua vida, mas também uma de suas maiores frustrações. O estudante tinha conseguido um estágio de conclusão de curso no setor de Ovinocultura na Nova Zelândia, com tudo pago e com possibilidade de ser empregado por lá. Mas os pais do estudante não permitiram que ele fosse, porque não o queriam tão longe de casa.

Luís conta que ficou decepcionado na época e a angústia lhe motivou para que ele tomasse uma decisão radical em sua carreira. “Depois dessa história toda eu optei por abrir mão de tudo o que eu já havia me especializado na faculdade, para trabalhar fazendo aquilo que eu acreditava ser algo não tão especial quanto a Nova Zelândia, porém que iria me trazer muito mais satisfação e foi assim que eu transformei meu hobby em meu trabalho”.

Aos 22 anos, criou um pequeno negócio a “Traducão”, que acabou sendo um ponta pé inicial para a sua atual empresa, de âmbito nacional, a “Luís Zuccolo”.

Quando perguntado sobre quais são suas principais saudades da Unesp, Luís conta: “eu estaria mentindo se não falasse que são as festas, até porque todo o bom Unespiano deve admitir que Botucatu é o melhor câmpus para isso (e não só para isso também)... mas também não podemos esquecer de todas as aulas práticas, viagens, amigos e muitas outras coisas que por lá ficaram”.

Ele também conta que a Unesp o ajudou a enxergar o mundo como realmente é e que hoje, isso lhe ajudou a buscar novas oportunidades, enfrentar as frustrações e experimentar, também, as alegrias. Para acompanhar um pouco do trabalho de Luís, acesse seu Instagram.