A curiosidade sobre as ações das pessoas foi o pontapé inicial que fez Bruno Faria escolher cursar Psicologia. Formado pelo campus de Bauru em 2019, o egresso está lecionando como substituto no Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar). A experiência, somada ao estágio docência durante seu mestrado em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem na Unesp, aprofundou o seu desejo em estudar a área e fez com que ele escolhesse permanecer na academia.
“A experiência como professor substituto reafirmou minha vontade e meu projeto de me tornar professor universitário. A universidade permite uma amplitude de trabalho no sentido de atuar com pesquisa, ensino e extensão. O contato com os alunos é uma possibilidade de atualizar e aplicar a Psicologia de uma forma diferente. É possível produzir conhecimento de uma forma que contribua para o avanço da área e para inserção de temas que, geralmente, são deixados de lado, como as relações sociais, gênero e questões ligadas à sexualidade”, afirma.
Bruno ressalta que percebe a precariedade e dificuldade de efetivação como professor, mas mesmo o desejo de lecionar prevalece. “A área acadêmica possibilita a construção de práticas diferentes e de preencher lacunas na área da Psicologia. Assim como a possibilidade de criar campos de atuação que ainda não existem, isso me mobiliza. Também gosto de dar aula e ver as pessoas se desenvolvendo e acompanhar esse processo”, ressalta.
O pesquisador afirma que seus estudos na área da Psicologia estão relacionados à elaboração do sujeito específico em um contexto universalizado. Em seu mestrado estudou sobre como mobilizar professores brancos a discutir racismo na educação em sua pesqusa "O branco e a educação: a construção de motivos de uma atividade pedagógica antirracista". Hoje, ele pensa em estudar essas questões de maneira geral, como a relação de sujeitos brancos com o machismo e de homens com o machismo.
Relação com a Unesp
Bruno conta que foi aluno de escola pública e sua primeira tentativa de entrar na faculdade foi frustrada. Assim, frequentou um cursinho popular e passou no ano seguinte com apoio das cotas para advindos da rede pública de ensino. “Eu tinha um propósito de cursar universidade pública pela qualidade e, também, devido a impossibilidade de pagar uma particular”, relembra.
Bruno ressalta que devido a experiência de trabalhar e frequentar eventos de outras universidades ele pôde constatar a qualidade da Psicologia da Unesp em Bauru. “Acredito que o curso é um dos mais excelentes do estado de São Paulo. Nós, alunos, estudamos primeiro as bases epistemológicas, depois fenômenos e processos, para no final chegarmos nas práticas”, conta.
O egresso ressalta que o caráter generalista do curso para ele é positivo, a formação contém as principais abordagens para que os discentes possam escolher um caminho teórico. “Não vemos outras vertentes e isso é uma escolha do próprio curso, que proporciona uma forte formação dos profissionais. As fases finais, nos estágios, possibilitam que desenvolvamos habilidades diferentes e conheçamos campos diferentes de atuação dos psicólogos”.
O egresso ressalta a importância do curso, afirma que há áreas para melhorar e crescer, como inclusão de temas historicamente secundarizados na Psicologia, mas afirma que é algo que internamente já vem acontecendo.