
A Unesp proporcionou recursos essenciais para que Laura Pereira pudesse se dedicar aos estudos e caminhar em sua trajetória profissional. A jovem foi beneficiária de auxílios da permanência estudantil que lhe deram condições financeiras para que ela finalizasse, em 2019, o curso de Ciências Sociais pela Faculdade de Ciências e Letras (FCLAr - Unesp). Ela também concluiu um mestrado na mesma instituição e área em 2022. Além disso, durante sua formação, a jovem teve a oportunidade de viajar o mundo para participar de eventos internacionais, devido à sua pesquisa sobre Governança da Internet.
Ainda na graduação, Laura Pereira estudou sobre Fake News, Inteligência Artificial (IA), Desinformação e Governança da Internet. Esse conhecimento começou na Iniciação Científica e acabou levando-a até o Laboratório de Pesquisa Empírica em Comunicação da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ela entrou na instituição como analista e, hoje, ocupa o cargo de líder de projeto.
“No laboratório, trabalhamos com metodologias de pesquisa e de análise do debate público nas redes sociais. Entre outros temas, avaliamos como os conteúdos criados por IA impactam a comunicação política de candidatos e a conversação pública em geral”, afirma a ex-aluna. Conta também que a equipe está sempre de olho em ciclos eleitorais e a forma como eles ocorrem no ambiente digital.
Fake News e desinformação digital na política
A profissional destaca que a atuação na FGV não engloba apenas conteúdos publicados nas plataformas, mas analisa a infraestrutura tecnológica completa, com atores que administram as redes sociais e determinam suas formas de funcionamento. Como ao exemplo da empresa Meta, responsável pelo Facebook e Instagram, que encerrou o seu sistema de checagem de fatos em janeiro deste ano, como divulgou a BBC Brasil.
Laura alerta que, pela primeira vez no Brasil, as eleições presidenciais serão acompanhadas por conteúdos criados por IA. “As eleições de 2026 causarão uma grande efervescência digital. Nós teremos vídeos e imagens com montagens, áudios que podem falsificar declarações de algum candidato, seja para enganar ou para fazer uma brincadeira. São comunicações muito chamativas sobre atores políticos ou ideias. Esse processo eleitoral levanta preocupações sobre a circulação de conteúdos, será mais complexo distinguir o verídico do falso”, conta.
Experiência na Unesp e Permanência
A unespiana ressalta que as políticas de permanência estudantil lhe forneceram condições financeiras para que ela pudesse concluir a graduação. Laura afirma que essas medidas são essenciais para que pessoas vindas de um poder aquisitivo menor possam enxergar a possibilidade de ter uma boa formação em uma instituição de qualidade como a Unesp.
Para ela, compartilhar sua experiência é informar mais jovens sobre a possibilidade de que é possível sair de suas cidades para estudar, mesmo sem ter o apoio financeiro da família. “O impacto que uma universidade pode ter na vida das pessoas é muito grande e transformador”, destaca.
“A Unesp me formou como pesquisadora e também como ser humano. No meu trabalho atual consigo enxergar constantemente o impacto da minha formação nas atividades que realizo”. Ela ainda ressalta sobre o papel de seu orientador Prof. Dr. Milton Lahuerta em sua jornada e reflexões acadêmicas.
A egressa destaca que na graduação teve oportunidade de participar de um projeto de formação do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), que administra os “domínios.br” dos sites brasileiros. “Através desse programa pude participar de eventos internacionais, pois haviam bolsas para custear as viagens. Então, para mim foi uma oportunidade muito grande, porque comecei a fazer contatos, a expandir o meu meu rol de atuação e tive acesso a oportunidades que nunca tinha pensado”, lembra. Laura já participou de eventos e formações na Costa Rica, no Japão, na Etiópia, na Bolívia, em Portugal, no Chile e em Cabo Verde, por exemplo.