
Após 10 dias intensos de calor (17 a 27/09/2023) em que termômetros do interior paulista alcançaram mais de 40°C, os veículos meteorológicos, como o Climatempo, apontam para mais um aumento de temperaturas. Segundo os meteorologistas, em outubro é “altamente provável” que aconteçam novas ondas de calor. Em paralelo, a Secretaria de Saúde de São Paulo apontou o aumento de 102% de atendimentos médicos devido ao calor em 2023. Assim, cuidar da saúde é importante para enfrentar as variações de temperatura, como explica o egresso Jonas Atique Sawazaki, atual médico infectologista no Hospital das Clínicas da Unesp em Botucatu (HCFMB).
O médico afirma que o organismo possui mecanismos para controlar a temperatura corporal. Um dos perigos do calor é dificultar a regulação térmica do corpo. Em períodos muito quentes, os problemas de saúde mais comuns são: “a insolação, exaustão por calor, queimaduras, doenças de pele e até mesmo adoecimento mental, com aumento de transtornos de ansiedade e abuso de substâncias psicoativas”, segundo o egresso.
A atenção com crianças menores de 4 anos e idosos também deve ser redobrada, pois correm maior risco de saúde com as altas temperaturas. Assim como trabalhadores que se expõem ao sol, como os profissionais agrícolas e do ramo de construção.
“Para nos proteger, podemos seguir algumas dicas: usar roupas mais leves e com melhor ventilação, manter-se hidratado, permanecer em ambientes com temperatura controlada, evitar atividades ao ar livre nos momentos de calor mais intenso, evitar exercícios físicos em locais quentes, evitar alimentos muito quentes e pesados e usar protetor solar. Além disso, não pode-se deixar crianças e animais trancados nos automóveis”, explica o egresso.
Jonas também ressalta que em caso de sintomas como dor de cabeça, pulso acelerado, tontura, desmaios, lesões de pele por calor, é necessário procurar atendimento médico.
Com o aumento das temperaturas também há o aumento dos casos de dengue
O Ministério da Saúde explica que os fatores climáticos estão relacionados com a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Essa espécie se adapta bem a climas quentes e úmidos. Por isso, nos próximos meses haverá o aumento dos casos de dengue.
Jonas afirma que as pessoas precisam estar atentas aos seguintes sintomas: “Febre, dores no corpo e nas articulações, dor de cabeça, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas pelo corpo”.
Um perigo da dengue é o fato dela causar desidratação, como explica o médico: “Nesses momentos de calor intenso, esse efeito fica ainda mais preocupante. Por isso é importante reconhecer os sintomas e procurar atendimento”.
Evitar a proliferação do mosquito é uma das melhores formas de prevenção à doença. Os mosquitos põem seus ovos em locais com armazenamento de água, como vasos de plantas, caixas d’água, calhas, garrafas e até em poços de elevadores. Em recipientes que não podem ser eliminados, é preciso lavá-los com escova ou palha de aço com frequência.
O médico também orienta: “Existem também vacinas para dengue, mas a indicação de vacinação deve ser individualizada, assim sugiro que os interessados procurem orientação médica antes de vacinar. Também existem as formas de tentar evitar as picadas dos mosquitos, como o uso de repelentes, telas em janelas ou ao redor das camas, evitar visitar áreas com relato de aumento de casos sempre que possível”.
Sobre sua relação com a Unesp, o egresso conta que houve influência familiar para que ele escolhesse a universidade. Pois dois primos cursaram Medicina na Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). “Sempre ouvi elogios quanto à formação proporcionada. Quando prestei vestibular e fui aprovado acabou sendo uma escolha natural devido ao renome da universidade”, relembra Jonas que, hoje, também é mestre em Medicina pela FMB.