
Uma curiosidade acerca de como as coisas eram feitas e o funcionamento delas acompanhou Carolina Vaitiekunas Pizarro durante sua infância e adolescência. Esse olhar curioso acabou fazendo com que ela prestasse graduação em Desenho Industrial - Projeto de Produto no câmpus de Bauru, em 2005. Com o passar do tempo, este curso passou por algumas transformações e, hoje, chama-se de Design de Produto. A estudante acabou se apaixonando pela área e, com o passar do tempo, se tornou uma das docentes do corpo de Design na Unesp em Bauru.
“Sou nascida em São Paulo, mas bauruense desde os 6 anos de idade e sempre tive um olhar curioso com o mundo. Esse acabou me levando para o curso que justamente projeta as coisas do mundo para as pessoas que é o Design. Obviamente, fiquei muito feliz de ver que o curso existia na minha cidade, então me dediquei até passar e foram quatro tentativas. Então, uma dica que deixo aos pré-vestibulandos é que não desistam de seus sonhos”, ressalta a egressa.
Após sua formatura, Carolina realizou seu desejo de projetar objetos, fez trabalhos com marcas como Mattel, a Caio Induscar, a Volkswagen, a Heineken, a Blip e o Sem Parar. Entretanto, ela conta que depois de sua atuação no mercado, uma nova curiosidade passou a fazer parte de sua vida. Ela queria pensar o Design de uma maneira mais expandida do que o mercado permitiu a ela. Assim, ela começou sua jornada acadêmica, realizando um mestrado e um doutorado em Desenho Industrial, ambos na Unesp.
“Eu queria descobrir coisas novas sobre o próprio Design e poder compartilhar isso com outras pessoas. Entendendo isso, somente um caminho poderia me oferecer essa caminhada com liberdade: a pesquisa científica e o ensino com extensão à comunidade dentro da Academia. Seria ótimo se eu conseguisse tudo isso na minha Universidade, a Unesp de Bauru. Depois de muita dedicação, deu certo”, conta a professora.
Assuntos como História, Teoria e Crítica do Design fizeram parte da atuação dela dentro da universidade. Além disso, ela também buscava entender mais sobre o papel do profissional de designer na sociedade atual, acompanhando as mudanças que ocorrem. Pois, segundo ela: “O Design projeta para a sociedade, então cada pequena mudança social, cultural, ambiental e econômica impacta a produção e o modo de fazer Design”.
Esse constante questionamento e por acompanhar as novidades ao seu redor, Caroline começou a inserir em suas pesquisas a área de Inteligência Artificial (IA). A pesquisadora explica que o seu foco atual é compreender as relações entre o Design e Inteligência Artificial, com foco nos impactos sociais de projetos que integrem essa tecnologia.
“A IA está avançando rapidamente e acelerando junto com o campo do Design, o qual justamente projeta os pontos de contato entre as pessoas e a IA na forma de produtos, sistemas e serviços. A minha intenção é ampliar cada vez mais essas discussões na área”.
Ao pensar em quais conselhos daria aos graduandos de Design, a Profa. Dra. Carolina ressalta que por ser uma área em constante formação que reflete as mudanças sociais e tecnológicas, é preciso que o profissional se reinvente constantemente.
Portanto, independente dos estudantes desejarem atuar no mercado de trabalho ou na academia, será preciso continuar estudando e se aprimorando sempre. Segundo ela, é uma área que requer “abraçar a incerteza como parte do projeto. É desafiador, mas é também uma grande aventura”, conclui a docente.