Gabriel de Castro Hirabahasi é jornalista, natural de Ibitinga, cidade vizinha a Bauru. Ingressou na UNESP em 2011, se formou em 2015. Desde então passou por São Paulo, morou em Brasília; hoje ele é repórter da coluna Expresso na revista Época, depois de dois anos no Poder360.

Ele entrou na faculdade logo após concluir o ensino médio, e confessou que o primeiro ano da graduação em jornalismo foi “caótico”: “eram muitas mudanças, de cidade, de realidade”, explica. Para além das aulas, Gabriel se dedicou aos projetos — fez parte da Rádio UNESP Virtual, onde foi repórter e chefe de reportagem; participou da Assessória de Comunicação e Imprensa (ACI) da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (FAAC), e comenta ter sido sua melhor experiência devido ao aprendizado prático e às relações de trabalho em equipe. Também manteve uma revista com amigos, atividade que o ensinou sobre gestão de negócios e responsabilidades. Para ele, a extensão foi um suporte para complementar o ensino.
“Quando se fala em extensão parece que é um acessório, mas a importância dela na formação é gigante”, ressalta o jornalista.
Sobre a importância da UNESP, Gabriel fala sobre aulas teóricas do curso, que possibilitaram formá-lo como um profissional capaz de entender aspectos sociológicos da realidade. “A teoria te dá um mundo, e a parte prática evidencia as contradições, mostra que as coisas não são bem assim", conta. “A faculdade me proporcionou muita coisa no sentido de formação como pessoa”.
Universo
Dentre as experiências que lamenta não ter aproveitado, Hirabahasi fala de intercâmbio, outros projetos e leituras: “não usufri como poderia”.
Mas o jornalista destaca que foi na UNESP que aprendeu o que é ser um cidadão. Segundo ele, a graduação foi mais do que um espaço de aprendizado, onde foi possível viver e desenvolver ações em uma relação de trocas.
“Estar na universidade é estar em um lugar que simula o universo, e é por isso que ela é única, porque permite o desenvolvimento como cidadão em um ambiente político”, comenta.
Para Gabriel, o ensino superior um uma instituição pública representa uma oportunidade de mudança na pirâmide social, e por isso deveria ser mais inclusiva. “Hoje ela é mais [inclusiva] do que antes”, diz. “Quando eu entrei [a sala de aula] era como se estivesse em uma escola particular: tinha doiss estudantes negros, um asiático. Hoje eu vejo que está diferente”, observa enquanto fala sobre a diversidade na sociedade.
“Não tenho pressa”
Depois da graduação Gabriel foi para São Paulo, trabalhou como assessor, foi trainee de um jornal, mudou-se para Brasília onde se dedica a cobertura política. Durante a entrevista, ele disse que a “pauta” com que trabalha hoje surgiu antes, nas aulas de jornalismo especializado:
“teve uma vez, antes do Impeachment, que eu fiz uma reportagem sobre a importância do PMDB no governo Dilma, de como Temer estava ganhando força. Foi ali que começou tudo — literalmente. Hoje eu ainda trabalho com “aquela” pauta, e enxergo isso como uma oportunidade para pensar outras pautas, elaborar reportagens.”
Sobre o futuro, Hirabahasi pensa em fazer uma pós-graduação, mas ainda não sabe quando. “Não tenho pressa”, comenta. Para ele, a experiência no mercado de trabalho tem sido fundamental para o seu desenvolvimento, para entender as demandas da sociedade. Gabriel não descarta a área acadêmica porque acredita que este é o ambiente propício para analisar problemas e discutir soluções para a realidade.
“Se não fosse pela UNESP, eu seria uma pessoa totalmente diferente. Eu não teria noção [do papel do jornalista] nem os contatos que tive; eu não teria me tornado quem eu sou”, afirma.