Egressa assume a coordenação de Polo Astronômico | Alumni Unesp
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Publicado em:
30/05/2025
30/05/2025
Tempo de leitura: 6 min

Egressa assume a coordenação de Polo Astronômico
A carreira de Gleici Kelly de Lima foi conduzida pelo seu amor por Astronomia e Educação



Gleici Kelly de Lima é apaixonada por Astronomia e, por querer compartilhar esse conhecimento com todos, se interessou também pela Educação. Entre 2014 e 2018, durante sua graduação em Pedagogia no Instituto Federal Catarinense (IFC), ela estagiou no Polo Astronômico de Videira (SC), no qual se tornou coordenadora neste ano. Na faculdade, ela já frequentava eventos científicos da área, foi em um desses encontros que conheceu um professor do câmpus da Unesp de Bauru. O docente lhe contou sobre a pós-graduação em “Educação para Ciência”, que se encaixava perfeitamente nos interesses da estudante. 


Neste mês de maio, Gleici foi nomeada como coordenadora pela Secretaria de Turismo e Cultura no Polo Astronômico, que é um espaço público e gratuito. Segundo a instituição, a nova gestão terá como foco a divulgação científica, a valorização turística do local e a realização de atividades voltadas às escolas e à comunidade. 


A carreira da egressa teve uma virada de chave para que adquirisse a experiência necessária para ser designada ao cargo. “Era graduanda quando participei do ‘I Encontro de Ensino de Astronomia do Oeste Catarinense’, em 2017. Neste, conheci meu orientador, o professor Rodolfo Langhi que me chamou pra fazer pesquisa na Unesp. Eu já me encantava com a relação entre Educação e Ciências, quando ele me falou que existia um mestrado em que poderia pesquisar sobre isso, fiquei interessada. Poder estudar algo que eu já gostava e trabalhava me abriu várias possibilidades. Outro motivo de buscar esta pós-graduação, é que sempre quis estudar Astronomia, mas não tinha condições de sair da minha cidade [Videira] na época. Acabou que os caminhos me levaram para a Astronomia, mas pelas estradas da Educação”, ressalta.


O interesse dela pela área era notável, em seu primeiro ano de mestrado, em 2018, foi reconhecida com o Prêmio José Brasilício de Sousa durante o Simpósio Catarinense de Astronomia. Essa premiação é voltada para professores, pesquisadores e astrônomos catarinenses que tenham um trabalho de destaque em divulgação, ensino, pesquisa ou observação astronômica.


Caminhos na Unesp


A trajetória de Gleici na Unesp começou em 2018, quando foi aprovada no mestrado em “Educação Para a Ciência”. O doutorado também foi realizado no mesmo programa, entre 2020 e 2024. A egressa realizou uma pesquisa correlata durante toda a sua pós-graduação, mas os resultados encontrados se devem também a sua experiência no Observatório Didático de Astronomia "Lionel José Andriatto" (ODA) da Unesp. 


“A minha experiência no ODA foi incrível. Lá eu aprendi a ser uma astrônoma amadora, no mais bonito do seu significado, e todas as formas de ensino e divulgação possíveis para a Astronomia. Além das disciplinas de mestrado e doutorado, também fazia o curso de formação de monitores do ODA. Lá aprendíamos sobre Astronomia, observação astronômica, funcionamento de telescópios e outros instrumentos, além do ensino em si”, lembra a egressa.


No observatório, ela atuava com pesquisas, oficinas, eventos abertos para comunidade, atendimentos escolares e atividades para formação de professores. “Outra oportunidade de aprendizado eram as oficinas com o seu Lionel, o construtor artesanal de telescópios que dá nome ao observatório. Ele ensinava os monitores a construir o equipamento”, ressalta.


Parte do trabalho de Gleici é saber utilizar os telescópios para mediar noites de observação no polo. Imagem: arquivo da egressa.


Em relação aos seus estudos na pós-graduação, a pesquisadora explica que analisou as relações discursivas e as interações entre crianças e monitores do ODA, a partir do viés da Psicologia. “Assim, pude estudar o lado relacional, do discurso, do inconsciente, da relação transferencial entre os sujeitos e como isso afeta a forma que trabalhamos com Astronomia para crianças em espaços não formais. A minha pesquisa evidenciou uma lacuna na área, mostrando que precisamos ampliar as reflexões teóricas para o ensino de Astronomia, principalmente no que concerne aos processos de letramento científico”, conta. 


Durante o seu doutorado, ela buscou criar soluções para o problema encontrado e propôs uma nova forma de ensino - a Constelação do Letramento Astronômico. “Neste projeto fiz um diálogo com cinco conceitos: o Brincar, a Palavra, o Devaneio, o Espaço e a Experiência. Os estudos foram embasados no referencial teórico da Psicologia, mas com auxílio de outros autores ligados à Filosofia da Ciência. 

“Essas duas pesquisas refletem a minha trajetória formativa, espero que elas cheguem aos professores, pesquisadores, mediadores de planetários e observatórios astronômicos para auxiliar nos planejamentos e reflexões desses lugares”, afirma.


Ela ressalta que a Unesp contribuiu para sua formação e lhe proporcionou o embasamento para que ela assumisse sua vaga atual. Assim como a passagem pelo ODA, em que aprendeu cotidianamente em um espaço não formal de estudos. “A gente aprendia de tudo um pouco, como manutenção dos equipamentos, como usar, mediar, explicar, elaborar um planejamento, um curso, uma oficina e onde encontrar materiais. Tudo o que aprendi ao longo de toda a trajetória formativa é importante para a atuação, mas em especial na Unesp, por conta do conhecimento específico de Educação em Astronomia”, destaca.


Cargo atual


Gleici explica que seu cargo requer tarefas diversas, como planejar atividades, realizar mediação para grupos escolares, gerir as demandas de infraestrutura do espaço e também receber visitantes e turistas. “Em equipe, elaboramos um calendário de eventos, tanto formativos quanto de divulgação, previstos para o longo do ano. Também planejamos atendimentos no polo aos finais de semana, para que possamos trazer mais turistas”, explica. 


A coordenadora conta que se dedica ao estudo dos telescópios e do céu, para poder mediar as noites de observação no polo. “Além disso, estou buscando ações de parcerias com instituições públicas e privadas para que possamos desenvolver pesquisa e extensão no polo”, ressalta.


A egressa também faz parte de eventos da área como palestrante e, neste ano, foi selecionada para assumir a editoria associada da Revista Latino-Americana de Educação em Astronomia. 








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