Hoje, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) conta com um advogado comprometido a defender a educação pública. O Egresso de Direito do câmpus de Franca e atual Deputado Estadual (PSOL), Guilherme Cortez, de 25 anos, está coordenando a reabertura da Frente Parlamentar em Defesa da Unesp, que foi extinta na gestão anterior. O pedido reuniu a assinatura de 31 parlamentares e foi formalizada no Diário Oficial no dia 12/04/2023. O egresso explica que essa frente será fundamental para requisitar melhorias e investimentos estatais na universidade.

A prioridade de Guilherme, que será presidente da frente, é o aumento de verbas destinadas à Unesp: “O repasse feito às universidades paulistas, através da quota parte do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), está estagnado desde 1995 em 9,57%. Esse valor está completamente desatualizado porque, de 1995 para cá, a Unesp praticamente triplicou a sua oferta de cursos nos câmpus e esse valor ficou defasado”. 

O aumento do repasse auxiliaria a garantir um pagamento justo aos servidores técnicos e mais aporte financeiro para que a universidade consiga se desenvolver e contribuir mais com a população paulista. Ele também está comprometido com a expansão da política de cotas e com a criação de fundo estadual de permanência estudantil.

Além disso, a urgência em reabrir essa frente parlamentar ocorre porque em comparação com a USP e a Unicamp, a Unesp é a que menos recebe recursos financeiros, mesmo tendo câmpus em 24 cidades do interior paulista.

Outro objetivo do deputado estadual é dialogar e garantir a participação efetiva dos movimentos estudantis unespianos nas decisões, por meio de convocações de audiências públicas, para que possam pautar as questões mais urgentes da universidade.

Desafios enfrentados como deputado estadual 

Guilherme enfrenta alguns preconceitos que são direcionados contra suas características pessoais: “Um dos principais obstáculos é o fato de eu ser um dos deputados mais jovens dessa legislatura e enfrento desconfiança nos bastidores. Somado a isso, também sofro preconceito por ser uma pessoa LGBTI+. Pois a velha política não quer perder seus espaços de poder”. 

Ademais, há outros desafios profissionais, como o fato de ser vice-líder da oposição na ALESP, um grupo político numericamente menor. Entretanto, mesmo com menos aliados, o deputado enfrentará as decisões do governador sobre a privatização total da Sabesp e da CPTM: as empresas de distribuição de água, saneamento básico e transporte público do Estado de São Paulo.

O unespiano também trabalha em outras comissões, como a voltada para o Meio Ambiente.“É preciso lutar contra a devastação dos nossos biomas e defender a agroecologia. Historicamente, há comissões que não têm trabalho muito regular e a minha participação, justamente, será para que a gente consiga priorizar algumas pautas que são negligenciadas, como a ambiental”, explica. Ele também participa da Comissão de Administração Pública, que envolve diretamente a valorização dos servidores públicos estatais.

Motivação política e vivência na Unesp

A vontade de exercer participação política surgiu cedo na vida do egresso. Desde seus 14 anos, ele já participava de movimentos estudantis na escola pública em que estudava. A filiação partidária ao PSOL também ocorreu em sua adolescência, aos 16 anos.“ Entendia que as lutas sociais são coletivas. Nesse sentido, sempre gostei de estudar os processos históricos para compreender nossa realidade e conseguir propor ações para outros futuros viáveis”, declara. 

Esse desejo impactou na sua escolha de seu vestibular, ao se ver dividido entre Direito e História, acabou optando pelo curso de Direito oferecido pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCHS) da Unesp. “Acredito que as legislações são um instrumento para gente avançar em justiça social e na redução de desigualdades, óbvio que reconheço as limitações da área, mas é um caminho importante”, afirma. 

Durante sua vivência universitária se dedicou aos movimentos estudantis, foi representante estudantil no Fórum das Seis e coordenador do Centro Acadêmico de Direito. Logo após a universidade, Guilherme concorreu como vereador em Franca. "Fui incentivado com um manifesto de apoio à minha candidatura que contou com assinaturas de mais de 200 professores, ativistas, militantes, sindicalistas, entre outros nomes. Eu tinha 22 anos, foi um processo no qual conseguimos apresentar uma visão política progressista em uma cidade conservadora. Surpreendentemente, fizemos uma campanha que foi a 4ª mais votada na cidade, mas não fomos eleito pelo coeficiente do nosso partido, o PSOL”, lembra.

Já a candidatura para deputado estadual ocorreu em 2022. “O nosso objetivo era levar um projeto político jovem e transformador, que conseguisse pautar no estado as reivindicações mais emergentes, como meio ambiente, LGBTI+, educação pública laica, gratuita e de qualidade, feminismo, entre outras. Sem recurso, só contamos com a mão-de-obra militante, mas conseguimos ser eleitos com votação em mais de 500 municípios dos 635 de São Paulo”, explica. 

Após a conquista de sua eleição, o deputado afirma que irá apresentar seus projetos de lei referentes ao seu programa de mandato, que possui mais de 100 propostas organizadas em 7 eixos.

“A gente vai batalhar para aprovação dessas leis e também teremos as emendas impositivas para a execução de obras e políticas públicas essenciais, para a ampliação e garantia ao acesso à Saúde e Educação, direitos às minorias, principalmente, no interior de São Paulo. Teremos muita luta pela frente e estou com gás total”, declara.

Guilherme ressalta que o diálogo é um ponto essencial e, por isso, sua equipe está sempre de portas abertas para receber todas as demandas das pessoas que acreditam em seu mandato e na busca de uma sociedade melhor. 

Para acompanhar as ações políticas do unespiano, siga o perfil de Guilherme nas redes sociais, onde também é possível entrar em contato com o deputado.