
O Drone Dock ou Plataforma do Drone foi a inovação vencedora do Farm Robotics Challenge, em maio de 2025, uma competição internacional que une Inteligência Artificial, Robótica e Agricultura. Essas são justamente as temáticas estudadas pelo Laboratório de Horticultura de Precisão, que é dirigido pelo Dr. Luan Oliveira, egresso do mestrado e doutorado da Pós-Graduação em Agronomia (Produção Vegetal) da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV) de Jaboticabal. Na ocasião, o pesquisador competiu com outras 34 universidades internacionais.
O desenvolvimento do Drone Dock demorou cerca de cinco meses e teve a participação de outros dois unespianos que são membros do mesmo laboratório na Universidade da Geórgia: Dr. Marcelo Barbosa, que finalizou o doutorado no câmpus de Jaboticabal, e Regimar dos Santos, que é doutorando na unidade de Ilha Solteira.
Juntos, eles disputaram com 27 grupos de pesquisa vinculados a universidades estadunidenses e outros sete pertencentes à universidades do Brasil, Coreia do Sul, Reino Unido, Paquistão, Índia e Madagascar.
A plataforma robótica serve como uma central de recarga energética, reabastecimento e dosagem para mistura de produtos agrícolas, que serão usados em drones de pulverização de plantações. Tudo isso conectado a um aplicativo de celular que comanda parte da operação.
Dr. Luan afirma que a plataforma possui um tanque para armazenamento de água e outros três para soluções químicas, que podem ser herbicidas ou fungicidas, por exemplo. Ele explica que o produto final frequentemente depende da mistura de dosagens desses elementos. Por meio do aplicativo de celular, é possível indicar a quantidade exata que será usada de cada produto e, por bombeamento, a plataforma envia automaticamente os líquidos para um repositório central onde ocorre a mesclagem dos produtos químicos.
Uma vez que o produto final está corretamente dosado e misturado, o drone pode ser reabastecido, para isso usa-se um mecanismo similar de bomba de combustível. Por fim, o equipamento alça voo para pulverizar a plantação.

Equipe do Laboratório de Horticultura de Precisão, da qual participam os egressos Regimar dos Santos (1º à esquerda) e Marcelo Barbosa (1º à direita), coordenados por Luan Oliveira (2º à esquerda). Foto: arquivo pessoal do egresso.
“Com apoio da IA e da tecnologia conseguimos dosar os elementos de forma exata. Afinal, não adianta comprar drones de alta qualidade e não utilizar corretamente os produtos. Além disso, por ser tudo automatizado, o trabalhador rural não precisa se expor e manipular soluções químicas. Assim,o uso do Drone Dock aumenta a segurança laboral”, destaca Luan.
O pesquisador conta que por vencer a competição, foi convidado a ir ao Vale do Silício - local que congrega empresas de tecnologia na Califórnia - para apresentar o Drone Dock a uma aceleradora e incubadora de startups.
De estudante a professor na Geórgia
Os passos de Dr. Luan para se tornar membro do corpo docente da Universidade de Geórgia começaram na Universidade Federal da Paraíba em Areia. Durante a graduação, ele percebeu que tinha interesse em pesquisar máquinas agrícolas para Agricultura de Precisão. Ao se formar como engenheiro agrônomo em 2016, verificou que a Unesp tinha um programa de pós-graduação em seu tema de interesse.
Assim, o estudante ingressou no mestrado de Agronomia (Produção Vegetal) para estudar sobre máquinas e mecanização. Quando finalizou o curso, em 2018, iniciou seu doutorado e realizou parte dele na Universidade de Auburn (EUA). Luan se tornou doutor em 2021 e foi trabalhar como pesquisador assistente na faculdade estrangeira. Depois, atuou como agrônomo extensionista na Universidade de Nebraska (EUA), onde seu papel era auxiliar os produtores a utilizarem tecnologia no campo.
Em 2023, Luan se tornou professor assistente especialista em extensão para a Agricultura de Precisão na Universidade da Georgia (EUA). Suas atribuições envolvem pesquisar e atuar com projetos extensionistas que dialogam com os produtores rurais.
Relação com a Unesp
“A Unesp é uma das melhores universidades do Brasil e é um ótimo lugar para estudantes que querem internacionalização. No doutorado, minha pesquisa também esteve próxima da iniciativa privada, o que foi uma experiência muito positiva, me ajudou bastante a entender mais sobre aplicação prática e pude colaborar com diversas empresas ao longo da minha carreira. Além disso, ser unespiano possibilita criar vários contatos ao redor do mundo, tudo isso me ajudou a ser o profissional que sou hoje”, declara o egresso.