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Enzo Todeschini é recém-formado pela Unesp e trabalha em Campinas (SP) no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (Cnpem), onde fica o maior acelerador de partículas da América Latina - o Sirius. O egresso é graduado em Engenharia Mecânica e seu primeiro contato com o Cnpem foi durante a sua Iniciação Científica. No começo de 2024, se tornou estagiário da instituição e, após sua formatura no final do ano, foi efetivado como técnico em mecânica júnior.
O Sirius é o maior equipamento científico já construído no país e tem a capacidade de revelar detalhes das estruturas dos átomos. A máquina acelera elétrons a uma velocidade próxima da luz, conforme informa o site oficial do Cnpem.
“O primeiro dia [de trabalho] foi estarrecedor, incrível acreditar que esse lugar existe e ver tudo em primeira mão. Pude conhecer as pessoas que são as melhores no que fazem em situações cotidianas. Aqui, cada vez que um projeto que custou muitos neurônios funciona, é uma foto que vai para o mural da parede. Ser entrevistado, ver figuras públicas do governo federal e, principalmente, tomar conselhos com profissionais que possuem décadas de experiência também são sempre experiências marcantes”, ressalta Enzo.
A Unesp permitiu que o egresso conhecesse o Cnpem através de sua Iniciação Científica. O colega de curso Felipe Dias Faglioni era estagiário na época e o auxiliou a conhecer o local. O interesse de Enzo em desenvolver instrumentos, através da Engenharia Mecânica, para amparar experimentos científicos dialogava com a produção do centro.
“A única mudança entre minha IC e a minha atuação profissional atual foi o conteúdo. Em ambas as situações meu trabalho está associado ao projeto de instrumentação científica. Na IC, o projeto foi um extrusor de impressora 3D para cerâmicas, enquanto que aqui no Sirius, são vários projetos como reatores, ferramentas de laboratório e porta amostras compatíveis com o Síncrotron”, explica.
Ser técnico em mecânica no Cnpem está relacionado com entender os experimentos que estão sendo realizados e criar ferramentas para que os projeto científico seja executado. Enzo ressalta que uma equipe multidisciplinar é responsável por projetar as soluções.
O Cnpem
O Cnpem é uma organização supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. É um ambiente multiusuário e multidisciplinar, com infraestruturas abertas para a comunidade científica e tecnológica do Brasil e do mundo. No local, há pesquisas de áreas da saúde, energia, materiais renováveis e sustentabilidade, por exemplo.
Enzo destaca que existem equipamentos que estão disponíveis apenas no centro, fazendo com que o local gere resultados científicos exclusivos. O Cpem possui o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) e o Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBr). O egresso trabalha no LNLS, onde existe o Sirius e o que são chamadas de “linhas de luz”.
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Enzo Todeschini utiliza seus conhecimentos em Engenharia Mecânica para contribuir para evolução da Ciência. Foto: arquivo pessoal.
“Uma linha de luz trata-se de um laboratório, onde se desenvolvem diferentes tipos de experimentos de ponta. Cada uma é capaz de avaliar algum tipo de material ou desenvolver alguma técnica de medição específica. São várias linhas de luz para abranger uma grande diversidade de técnicas. Estas estão ligadas ao Síncrotron, um acelerador de elétrons que gera a radiação especial que ilumina as amostras. São vários grupos de linhas de luz, eu faço parte do Grupo Carnaúba”, conta o egresso. O engenheiro também ressalta que essas instalações são abertas à comunidade acadêmica e tecnológica nacional e internacional.
Sobre suas motivações e experiências marcantes no trabalho, o egresso destaca: “Fui o primeiro estagiário a ver a linha Carnaúba iluminada com o dobro de brilho de sua configuração original após um upgrade no Sirius. Aqui, tive a oportunidade de implementar sistemas que projetei e vê-los serem usados com sucesso em atividades de pesquisa. Enquanto respondo a esta entrevista, meu colega validou de forma bem sucedida, seu reator para geração de hidrogênio verde com características construtivas inéditas”.
Relação com a Unesp
O egresso conta que escolheu a Engenharia Mecânica porque cultivava o interesse em tornar ideias em realidade. “Com cinco anos de curso, tive o grande prazer de compreender que a engenharia preenche esse espaço entre uma ideia e algo real, como uma ferramenta que viabiliza uma ação que não seria possível sem ela”.
Enzo cresceu em Piracicaba, ele conta que sua escolha pela Unesp foi racional, pois conciliava uma instituição pública com fortes grupos de pesquisa com a proximidade da casa da sua família.