Egressa é co-criadora do “Transmídia”: 1º portal de notícias voltado para população trans | Alumni Unesp
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Publicado em:
28/10/2024
28/10/2024
Tempo de leitura: 6 min

Egressa é co-criadora do “Transmídia”: 1º portal de notícias voltado para população trans
Gabryella Garcia já atuou em diversos veículos de comunicação e foi finalista do Troféu Mulher Imprensa


Gabryella Garcia é co-criadora do Transmídia, o 1º portal de notícias voltado para população trans no Brasil. Nascida em Avaré, ela cursou Jornalismo na Unesp em Bauru nos anos de 2015 a 2018. Já atuou na Revista Marie Claire, no Portal UOL, na Revista Exibidor e foi uma das finalistas do Troféu Mulher Imprensa. Entretanto, durante sua trajetória, teve que enfrentar situações preconceituosas, como ser demitida de um outro local de emprego por causa de sua transição de gênero.


A egressa explica que após sua formatura se mudou para Santa Catarina (SC) com a intenção de trabalhar e se distanciar para realizar a transição de gênero. “Por motivos óbvios, no início da transição, não chegava nem perto de conseguir um emprego. Decidi fazer um ‘teste’ e procurar emprego como ‘homem’ e, para a surpresa de zero pessoas, em menos de uma semana estava empregada em um dos maiores veículos de SC”.


Gabryella estava empregada, mas tinha receio de ser prejudicada no trabalho por ser uma pessoa trans. “Minha estratégia era mostrar meu trabalho e competência, para que só isso importasse, e pudesse falar sobre a transição de forma tranquila no trabalho. A primeira parte desse ‘plano’ deu certo, depois de dez meses fui promovida para liderar um projeto. Percebi que minha competência já era notada e esse seria o momento ideal, mas depois de anunciar a transição recebi minha carta de demissão em 30 minutos”, lembra.


A egressa se viu em desespero por um momento, mas conseguiu um emprego em um jornal menor de SC. Ela buscou colaborar com veículos maiores e contribuiu como jornalista freelancer para o Congresso em Foco e Ponte Jornalismo, essas experiências abriram caminhos para que ela chegasse no Portal UOL. 


“Saí de Santa Catarina em 2020, paralelamente ao trabalho no UOL, atuei na cobertura das eleições municipais no Espírito Santo em um veículo local. Depois voltei para São Paulo, onde atuei com Educação no programa Cidade Escola Aprendiz e no portal Educação e Território. Após um ano, surgiu a oportunidade de ir para a Marie Claire, onde fiquei até setembro de 2022, quando decidi trabalhar na cobertura das eleições com o UOL. Hoje, trabalho com cinema, em contato com exibidores, distribuidores e produtoras”. 


A egressa conta que na Marie Claire pôde atuar com temas que a interessavam no Jornalismo, como Política, Direitos Humanos e Questões de Gênero. Ela ressalta que a linha editorial da revista destaca questões que envolvem politicamente as mulheres.


“O tempo na Marie Claire foi de um crescimento profissional absurdo, tive liberdade para desenvolver reportagens relevantes, pude ter trocas com profissionais excelentes e viver a emoção e a loucura do fechamento de uma revista impressa. Essa experiência abriu muitas portas e me colocou em um lugar de privilégio”, conta. 


A atuação na revista também contribuiu para que a egressa fosse uma das finalistas do Troféu Mulher Imprensa. A premiação visa reconhecer o trabalho jornalístico das mulheres dentro e fora das redações brasileiras.  


O Portal Transmídia


Gabryella explica que a ideia de criar o portal surgiu há quatro anos. “O jornalista Caê Vasconcelos, então na Ponte Jornalismo, me procurou com a ideia de fazermos algo para a comunidade. Durante muito tempo, fizemos reuniões para desenhar o projeto até o efetivo nascimento. O Transmídia nasceu para criar um Jornalismo que dialogue com a comunidade trans brasileira, além de estabelecer uma ponte de diálogo com pessoas cis-aliadas comprometidas com a causa”, ressalta. 


O portal busca trazer informações qualificadas que ampliem o olhar sobre a realidade da população trans e travesti no Brasil. Algumas editorias são: Educação, Política, Lazer, Saúde, Trabalho e Bem-Estar. A linha editorial busca valorizar a história e cultura relacionadas a esses grupos. 


“Fazer Jornalismo independente no Brasil é um trabalho árduo e de custo alto, mas graças a um edital do Google e ao programa Diversidade nas Redações da É Nóis, foi possível dar o pontapé inicial nesse sonho”, explica.


A jornalista afirma que com esse apoio, a Transmídia pôde realizar a sua primeira cobertura, destinada a checagem de fatos e avaliação de Fake News que pudessem impactar a população LGBTQIA+ nas eleições municipais de 2024. 


“Como foi um processo muito longo, algumas pessoas que participaram da construção coletiva não estão mais efetivamente dentro do veículo, mas sempre colaboram de alguma forma. Além de mim, Caê Vasconcelos e o designer Brune Hebert, as pessoas que tocam esse projeto são o jornalista Caê Vatiero, ex-aluno da Unesp, a jornalista Samara Santos que é diretora da É Nois, a roteirista da Globo Hela Santana e a designer, que atualmente é aluna da Unesp, Ágata Lottus”. 


Gabryella ressalta que o site da Transmídia será lançado no dia 31 de outubro. Para mais informações há o perfil no Instagram do portal.



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