Egressa criou jogo que auxilia pessoas com alzheimer e foi selecionada para exposição em Madrid (ES) | Alumni Unesp
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Publicado em:
09/01/2021
09/01/2021
Tempo de leitura: 5 min

Egressa criou jogo que auxilia pessoas com alzheimer e foi selecionada para exposição em Madrid (ES)
A Bienal Ibero-Americana de Design (BID) selecionou o Senior Ludens, projeto da unespiana, para a mostra de 2020



Lívia Lanzellotti Nishibe formou-se em Design pela Unesp (2017). Ela realizou uma graduação sanduíche pelo programa Ciências Sem Fronteiras, portanto também estudou na Universidade de Arte e Design de Offenbach, na Alemanha, em 2016. Ao retornar ao Brasil, a estudante encontrou um novo desafio: a criação de um produto para apresentar como TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Assim, Lívia produziu um jogo, o Senior Ludens, que auxilia idosos com demências senis, o produto foi selecionado para a Bienal Ibero-Americana de Design (BID) de 2020, em Madrid (ES). 


A BID existe desde 2008 e acontece a cada 2 anos, a Bienal é organizada pela Associação Designers de Madrid e pela Fundação “Diseño Madrid”. A seleção das peças que compõem a exposição é feita por comitês da BID que são compostos por representantes de cada um dos países ibero-americanos que integram a Bienal. O Senior Ludens foi selecionado para a mostra, a obra está no catálogo e está sendo exposta como painel na mostra em Madrid. 


Lívia conta que ser selecionada para a BID “foi muito bacana! Me senti muito lisonjeada e motivada. Esse reconhecimento é um grande motor”.


O projeto da egressa é capa dos "selecionados" na primeira página do site da Bienal (canto inferior esquerdo).


A designer explica que a motivação para a criação do Senior Ludens ocorreu porque sua avó havia sido diagnosticada com Alzheimer. Então, para ajudá-la, a estudante comprou um livro de exercícios cognitivos, mas a senhora estava tendo dificuldades em realizar as atividades. Foi aí que Lívia decidiu simplificar os exercícios e improvisou um jogo utilizando papel e canetas, logo notou que sua avó conseguia realizar as tarefas com mais facilidade.


A jovem percebeu o quanto jogos de estimulação cognitiva podem auxiliar as pessoas. Ela também notou que havia uma lacuna nessa área, pois o mercado lúdico é, em maioria, planejado para o público infantil ou jovem adulto e há uma grande demanda para jogos mais voltados para idosos. 


“O projeto começou com o intuito de prover uma ginástica cerebral, ou seja, estímulos cognitivos para desacelerar os sintomas das chamadas demências senis, sendo o Alzheimer um dos tipos delas. O conceito é que os jogos sejam como exercícios para o cérebro, mantendo-o ativo. Isso, a princípio, melhora a autonomia e a qualidade de vida dos idosos. Com o desenrolar do projeto, percebi que o Senior Ludens é uma ferramenta de diversão e interação, acima de tudo. Tornar esse momento da vida mais divertido, tranquilo e acolhedor virou mais prioritário do que o exercício em si. Continua sendo uma forma de terapia e cuidado, o objetivo do projeto se tornou este: estreitar relações, promover sorrisos, criar afetos”, explica Lívia. 




Jogo Senior Lundens. Foto: arquivo pessoal de Lívia.


Movimento Maker: instruções para criar o Senior Ludens estão disponíveis na internet


A unespiana conta que tem planos para aumentar a distribuição do jogo e que realiza encomendas, mas o projeto está disponível em seu site, nele você pode encomendar o jogo e recebê-lo pronto ou ter pode acessar as instruções para tentar fazer você mesmo.


“O intuito é que artesãos, marceneiros ou “makers” espalhados pelo brasil todo possam fazer download dos arquivos, reproduzir e vender por conta própria”. 


Imagem do guia de instruções criado por Lívia para fazer o Senior Ludens. Foto: arquivo pessoal de Lívia.


A ação de disponibilizar as instruções na internet faz parte da “cultura maker”, uma iniciativa que visa reduzir o consumo em escala e estimula as pessoas a criar, reparar, alterar objetivos e democratizar os conhecimentos adquiridos. A tecnologia facilita o compartilhamento de informações para criação de diversos tipos de objetos.


Mas alguns projetos precisam de ferramentas específicas, como impressoras 3D. Essas e outras máquinas podem ser encontradas em laboratórios de fabricação, também conhecidos como Fab Labs.

 

Lívia ao criar o seu projeto utilizou a rede de Fab Labs pública e gratuita de São Paulo (SP). Na capital, os laboratórios são abertos a todos, as pessoas podem desenvolver projetos pessoais ou coletivos. Na cidade de São Paulo existem 12 Fab Labs, são 3 na zona central e 9 nas periferias. Esses laboratórios possuem diversos equipamentos de de eletrônica, robótica, marcenaria, mecânica e impressoras 3D, assim como técnicos que auxiliam na criação dos projetos. 


Segundo a diretora da rede Fab Lab de São Paulo, Maitê Sanches, o projeto tem como objetivo que os laboratórios interajam com as comunidades onde estão inseridos, sendo um espaço de transformação, interação e inovação. 


Na Unesp em Bauru também há um Fab Lab, o Sagui Lab, que faz parte de um projeto de extensão, coordenado pelo prof. dr. Dorival Rossi.


Lívia conta que entrou em contato com a rede de Fab Labs por meio de um egresso da Unesp, Isaac Loureiro, que estava trabalhando em um dos laboratórios. “Ele foi um grande mentor para esse projeto, reforçando a importância das redes de contato que a Unesp nos proporciona”. 


Para ela, compartilhar conhecimentos é uma grande qualidade da Unesp “um dos valores da nossa universidade é a comunidade, o jeito que as pessoas se ajudam e trocam vivências. Tenho saudade desse terreno fértil para as ideias, dos conselhos dos professores, das festinhas que ampliam nossos contatos e histórias para contar. O maior impacto da Unesp na minha trajetória com certeza foi a formação cidadã, crítica e humana que ela proporcionou”.


A jovem designer deseja, para o futuro, aprender mais sobre o mercado profissional do Design. Ela também sonha em tornar o projeto Senior Ludens em uma empresa sólida e profissional. Além disso, tem interesse em cursar um mestrado e “quem sabe, voltar à Unesp para compartilhar o que aprendi!”, afirma.













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