Os anos da graduação auxiliaram Giovanna Romagnoli a se encontrar no Jornalismo Ambiental e no veganismo. A jornalista recém formada pela Unesp, em Bauru, aproveitou os 4 anos da faculdade para atuar como repórter, editora e roteirista no Jornal Impacto Ambiental, um projeto de extensão. O jornal faz um importante trabalho de conscientização sobre o meio ambiente, além de divulgar pautas atuais e políticas sobre a preservação. A experiência no projeto foi fundamental para a criação da Gastroveg, uma revista digital com podcasts, dicas e receitas sobre o universo do veganismo.

Além de todas essas experiências, Giovanna foi editora da Rádio Unesp Virtual (RUV), ela conta que gosta bastante de rádio e que a ideia de trabalhar com gastronomia vegana era antiga. Em seu TCC ela pôde juntar suas paixões: meio ambiente, radialismo e culinária. O projeto foi desenvolvido junto com uma amiga do curso e com a profa. dra. Suely Maciel da FAAC (Faculdade de Artes, Arquitetura e Comunicação da Unesp). Mesmo após a apresentação e aprovação do trabalho, Giovanna continuou produzindo conteúdo para a revista.

Capa da Revista Digital Gastroveg. Imagem: Arquivo pessoal de Giovanna.

Segundo pesquisadores de Oxford, o veganismo é a forma mais eficaz de ajudar o planeta. 

Além de poupar os animais, a adoção desse estilo de vida evita o desmatamento, pois a agropecuária ocupa hectares de terra, evita-se o desperdício de água e reduz emissões de gases que colaboram para o efeito estufa. 

O veganismo é ainda mais efetivo quando adota-se a ideia não só na alimentação, mas também em outras atividades. Em uma publicação da Gastroveg, Giovanna mostra como fazer produto de limpeza em casa, economizando embalagens plásticas e dinheiro, pois a receita caseira rende muito mais que os produtos de mercado. 

É importante destacar, que mesmo sem ser vegano, cada pessoa pode adotar algumas atitudes simples que ajudam o planeta. Ao conversar com Giovanna percebemos que em alguns momentos basta uma mudança de hábitos, são ações como lembrar de levar sacolas recicláveis para o mercado e até levar sua própria caneca e talheres para sorveteria. Esses são exemplos de formas gratuitas de ajudar o planeta. 

O portal Alumni entrevistou a Giovanna que conversou, de forma descontraída, sobre a sua revista digital, veganismo, culinária, preservação e, também, sobre sua relação com a Unesp:

É possível economizar dinheiro e ser vegana?

Sim! O propósito de criar o Gastroveg foi exatamente mostrar que dá para fazer receitas veganas com preço popular. O prato principal do Brasil é vegano, a gente só não pensa nisso. Arroz, feijão, batata frita, legumes, salada, suco de laranja... Uma pessoa rica pode comprar um grão selecionado em um empório e uma pessoa com menos dinheiro pode comprar o mesmo grão na feira. No final, é tudo grão, e os dois podem ser veganos. 

Quando começou a ser vegana e quais foram os benefícios para você?

Faz quase 3 anos que sou vegana. Eu já comia muito bem antes disso e hoje como ainda melhor, no sentido de experimentar coisas novas e até fazer pratos diferentes, com os mesmos ingredientes. Percebi que minhas alergias respiratórias diminuíram - atribuo essa culpa ao queijo, que é altamente inflamatório e eu consumia muuuuuito - mas, no geral, fico feliz de escolher esse caminho. O veganismo é um ato político, social, ecológico e acho que o benefício é coletivo. 

Você acredita que a Unesp contribuiu com a sua formação pessoal e profissional?

Claro! A universidade pública levanta debates e reflexões o tempo todo, te coloca com pessoas diferentes, com realidades diferentes e te convida a tirar o olho do próprio umbigo, sabe? Passei os 4 anos da minha graduação do projeto Impacto Ambiental e aprendi muito lá! Seja na parte profissional, já que passei por todos os cargos do projeto, ou no lado pessoal. Trabalhar está ligado com as relações interpessoais e a gente não pode esquecer que para mudar um pouco a nossa bolha, o nosso bairro ou uma partezinha do mundo, a gente precisa ir junto.

Quais são suas saudades da Unesp?

Nesse momento de quarentena, as minhas saudades são todas! kkk Posso dizer que aproveitei bastante minha passagem pela Unesp: seja nas greves, nas palestras, nos eventos no bosque, nos projetos de extensão ou nos acontecimentos fora dela. A Unesp e todos os colaboradores que fazem a universidade pública acontecer, sempre vão fazer parte de como eu encaro o mundo.

O que deseja para seu futuro?

Meu sonho seria trabalhar só com a Gastroveg, mas, por enquanto, vou fazendo o que posso: estudando, experimentando e produzindo a Gastroveg à medida do possível. Desejo que no futuro eu possa impactar de maneira positiva a vida das pessoas e que o veganismo seja cada vez mais considerado. 

Qual a importância de reduzir o lixo e quais são suas principais dicas para quem quer começar?

Se preocupar com o meio ambiente é um pacto coletivo, é um ato de sensatez e é necessário mais do que nunca. Comecei aos poucos, sem me cobrar e sempre pensando qual seria o próximo passo. É claro que eu não consegui reduzir o meu lixo a zero, por exemplo, mas pensar nisso já me fez adquirir hábitos muito melhores para mim e para o meio ambiente. O ideal é pensar antes de comprar, e se não der para evitar a produção de lixo, pode-se começar a separar para reciclagem, como aconteceu na casa dos meus pais. É importante lembrar que é tudo dentro do possível e do praticável.

Além da Gastroveg, há várias contas em redes sociais que dão dicas para reduzir o lixo e preservar o ambiente de forma simples, como a página “Uma vida sem lixo” e o próprio jornal em que Giovanna atuou o Impacto Ambiental, feito pelos estudantes de Jornalismo da Unesp.