Doutoranda em dois países: egressa explica o que é um doutorado em regime de cotutela e relata a sua experiência | Alumni Unesp
Notícias fresquinhas para você ficar atualizado.
Publicado em:
06/09/2022
06/09/2022
Tempo de leitura: 6 min

Doutoranda em dois países: egressa explica o que é um doutorado em regime de cotutela e relata a sua experiência
A unespiana é pesquisadora de Psicologia pela Unesp e pela Universidade de Málaga na Espanha



Juliana Montenegro Brasileiro está cursando seu doutorado em dois países diferentes e em duas universidades simultaneamente: na Unesp e na Universidade de Málaga - UMA (Espanha). A escolha pela modalidade de doutorado cotutela ocorreu em 2020, no mesmo ano em que foi aprovada no câmpus de Assis. Seu interesse por questões sociais, políticas e “gostar de gente” a motivou a começar sua jornada acadêmica. Pois em 2013, com base nesses valores, ela decidiu cursar Psicologia na Unesp, no câmpus de Bauru. Depois, se manteve na mesma área de conhecimento em seu mestrado na UFSJ (Universidade Federal de São João del Rei - 2020) e, dentro de alguns anos, será doutora na Espanha e no Brasil.


Quando ainda estava na faculdade, Juliana acreditava que a área acadêmica não era para ela: “Na verdade, não acreditava que tinha o perfil necessário, pois é um ambiente de estudos e de trabalho bastante rígido, competitivo, caracterizado pela seleção por alta performance”.  


Entretanto, no último ano de graduação, em 2017, um estágio acabou despertando a vontade de realizar uma pesquisa para conseguir entender fenômenos que ela tinha tido contato envolvendo o público infanto-juvenil. 


Outra questão que fez com que Juliana se identificasse com a docência, é o fato de sua avó materna ter sido professora. A unespiana conta: “Acho que esse contato com ela, em certa medida, deu um sentido maior para querer desenvolver atividades docentes”. 


Mas afinal, o que é um doutorado em regime de cotutela?


Juliana passou a cogitar o regime em cotutela porque queria ampliar sua perspectiva de mundo e sua formação acadêmica. Depois de tomar essa decisão, enviou diversos emails para docentes que tinham linhas de pesquisa parecidas com as dela e acabou descobrindo uma oportunidade de bolsa na Espanha e conhecendo, virtualmente, a sua atual orientadora espanhola.


A cotutela é quando o discente é aprovado em duas instituições de nacionalidades diferentes. Assim, no final do período, o estudante obtém o título de doutor nos dois países. As universidades firmam uma parceria por meio de um acordo acadêmico internacional e o doutorando só defende a sua tese uma única vez em uma das instituições (ou defende a sua dissertação, no caso de um mestrado em regime de cotutela).


Entretanto, o estudante precisa cursar a carga horária de disciplinas em ambas universidades e fazer os exames obrigatórios em cada uma delas. Por exemplo, Juliana irá realizar uma avaliação em sua universidade espanhola para que possa continuar os estudos e, aqui na Unesp, terá que fazer a sua qualificação, que também é um exame necessário para continuar estudando no programa. 


A psicóloga explica que existe um tempo mínimo para passar na instituição estrangeira, no caso dela foram 6 meses, mas ela acabou ficando 9 meses. Durante esse tempo, fez a coleta de dados e após esse período retornou ao Brasil, onde está fazendo a análise dos dados.


Prédio da Reitoria da UMA. Imagem: Universidade de Málaga.

 

A doutoranda conta que tinha a opção de fazer um doutorado sanduíche (modalidade em que o pesquisador realiza parte do trabalho em outro país), mas, mesmo sendo um processo mais trabalhoso, escolheu a dupla titulação.


“A diferença, no entanto, é que o sanduíche é mais uma estância no exterior e eu queria algo que fosse me oferecer um terreno mais fértil para o futuro. Ter um título de doutora também na Espanha me facilitaria muito as coisas, então corri atrás da burocracia, da papelada para a bolsa e para o processo seletivo no doutorado da UMA e, em 2021, fui estudar lá por 9 meses”.


A pesquisadora conseguiu uma bolsa que a auxiliou durante esse período passado na Espanha e, também, a isentou das taxas de matrícula. Atualmente, ela está no terceiro ano de doutorado e começou a receber bolsa CAPES pela Unesp. Segundo Juliana, a nova bolsa “facilitou muito a decisão de me dedicar exclusivamente ao doutorado - visto que as pesquisas me consomem uma quantidade grande de tempo e energia”. 

 

Relação com a Unesp e com a Psicologia

 

A área de Psicologia possui diversas abordagens, Juliana conta que desde que ingressou na graduação tentou fazer de tudo um pouco, assim foi descobrindo o que tinha mais afinidade e interesse. 

 

No seu mestrado, na UFSJ, a pesquisadora estudou a violência com crianças e adolescentes que ocorre dentro da própria família. Durante essa experiência, ela percebeu que realmente desejava pesquisar e dar aula.

 

Agora, em seu doutorado na Unesp, está estudando sobre a participação política infanto-juvenil segundo o discurso dos documentos assistenciais. Enquanto na UMA, sua pesquisa aborda a polarização política em crianças e adolescentes que participam de um programa democrático. 

 

“Minha pesquisa contribui para o avanço científico na literatura sobre participação política infanto-juvenil, reforçando o fato de que são sujeitos de direitos, no cenário internacional, desde o final dos anos 80”.


Para Juliana: “Fazer parte da Unesp foi - e é - um orgulho na minha história formativa. Aprecio muito a formação acadêmica que recebi na universidade e, morando fora de casa, cresci muito pessoalmente. Nem todos os momentos foram ou são fáceis, mas encontrei amigos que fazem parte da minha vida e, até hoje, isso me deu forças para seguir. Ao mesmo tempo, o vínculo que construí com a Unesp me faz querer defender aquilo que é público e, portanto, também apontar para a necessidade de um maior investimento em questões absolutamente necessárias, como a permanência estudantil”.




Últimas notícias

Banca Vunesp divulga concurso com salário até R$16.413 para atuar em Praia Grande As vagas se destinam a profissões variadas e as inscrições estão aberta até 15 de maio
Egresso conta sobre os bastidores de sua atuação na Folha de S. Paulo O jornalista Matheus Ferreira trabalha na editoria “Comida” e no “Guia Folha”
Livraria Unesp celebra o Dia dos Povos Indígenas com promoção de livros temáticos Outros catálogos também estão com ofertas de até 40%