Saulo Philipe Sebastião Guerra é graduado em Engenharia Florestal (2000) pela Unesp na Faculdade de Ciências Agronômicas em Botucatu, onde também cursou seu mestrado e doutorado em Agronomia. Atualmente, ele é docente do mesmo câmpus e diretor da Agência Unesp de Inovação (AUIN). O Prof. Dr. Saulo e Carlos Santos, que auxiliou na coleta das informações e é membro da equipe de Empreendedorismo da AUIN, explicaram sobre o funcionamento da agência e como ela pode auxiliar os ex-alunos da universidade.
A AUIN visa atuar como parceira estratégica da comunidade unespiana, não só conectando o conhecimento produzido dentro da universidade com a sociedade e empresas, mas também protegendo seus inventores e pesquisadores. Além disso, a agência busca estimular a Inovação e Empreendedorismo nas unidades universitárias da Unesp, incentivando os estudantes a começarem suas próprias iniciativas no mercado de trabalho.
O Prof. Dr. Saulo afirma: “Dentre os nossos principais objetivos estão a promoção e desenvolvimento de uma cultura de empreendedorismo, a proteção do patrimônio intelectual, desenvolvendo os trâmites necessários para gestão de patentes e a facilitação da transferência de tecnologias e conhecimentos gerados na universidade para empresas e organizações, visando à aplicação prática do conhecimento acadêmico”.
Assim, os egressos podem ter o auxílio da agência para patentear invenções. No site da AUIN, há uma coletânea de informações e manuais para que o unespiano possa aprender a redigir sua primeira patente e entender as diferentes formas de proteção do patrimônio intelectual. Também há a explicação das leis e normas, tanto da Unesp quanto do governo, que se relacionam com essa área.
Como explica o diretor: “ Os egressos da UNESP que tenham interesse em patentear uma invenção, registrar um projeto ou fazer parte do ecossistema AUIN-Unesp podem contar com a colaboração da agência de inovação para o desenvolvimento de seus projetos e empresas”.
Créditos: AUIN - Unesp.
A agência atua com parcerias empresariais para transferência de tecnologia geradas na universidade. O egresso também pode solicitar contratos através da AUIN, auxiliando a resolver problemas e firmar acordos de negócios.
As Ciências Humanas também têm seu espaço na AUIN, através do conceito de Inovação Social. Essas são inovações que atendem alguma necessidade da sociedade e podem ser aplicadas em empresas e órgãos públicos. Assim, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social de pequenos grupos, comunidades ou até camadas maiores da sociedade. Nessa modalidade não há uma patente, mas sim um registro de inovação.
O diretor afirma: “A AUIN está de portas abertas à comunidade unespiana em todo o processo de proteção e transferência do conhecimento gerado na universidade, incentivando também o empreendedorismo. A equipe técnica da AUIN oferece suporte em todas as etapas, buscando transformar os ativos da universidade em benefícios para a sociedade”.
Resultados da AUIN apurados em 2020. Créditos: AUIN-Unesp.
O DNA Unesp e oferta de cursos gratuitos da parceria Unesp-SEBRAE
Quando um egresso cria algum tipo de empreendimento, ele pode receber o selo de DNA Unesp. Em 2020, a AUIN catalogou 1.365 empresas filhas da Unesp. Essas foram criadas por pessoas formadas em diversas áreas de conhecimento que a universidade proporciona.
Créditos: AUIN-Unesp.
O diretor reitera: “Os egressos podem contar com o selo “DNA UNESP”, a marca AUIN para identificar e mapear empreendedores oriundos da universidade, enriquecendo ainda mais o nosso ecossistema e a nossa rede de comunicações e apoio”.
Os unespianos que desejam iniciar uma jornada empreendedora ou entender mais da área, podem utilizar a Parceria Unesp-Sebrae vinculada à AUIN. Essa iniciativa disponibiliza gratuitamente cursos para graduados, pós-graduados e professores, oferecendo conhecimentos sobre a ampla área do empreendedorismo, passando por tópicos como Finanças, Marketing e até Tecnologias da Informação.
O Vale da Morte das pesquisas e a contribuição da AUIN
O “Vale da Morte” é uma expressão usada por pesquisadores que descobrem técnicas, produtos, serviços ou demais iniciativas que poderiam ser utilizadas pela sociedade ou por empresas. Porém, eles possuem dificuldade de fazer com que os resultados de suas pesquisas sejam colocados em prática no mercado, na indústria ou em demais instituições.
Segundo Saulo, “A atuação da AUIN pode auxiliar a superar os desafios do "vale da morte" de algumas formas: orientando os pesquisadores sobre a importância de proteger adequadamente a propriedade intelectual dos resultados da pesquisa, por meio de patentes, registros de marca ou outros mecanismos de proteção; oferecendo cursos que auxiliem a superar os obstáculos no processo de desenvolvimento de pesquisas, startups e outros projetos e facilitando o estabelecimento de conexões com empresas, incubadoras, aceleradoras e outros atores do nosso ecossistema de inovação”.
Iniciativas para o futuro
O diretor reitera que até o final de seu mandato, ele deseja que os projetos de Centros de Empreendedorismo, Inovação e Cultura (CEIC) sejam inaugurados e estejam em pleno funcionamento, assim como os FabLabs, nas unidades universitárias da Unesp.
Ao pensar em conselhos para os futuros formandos da Unesp, o docente afirma “Eu diria aos estudantes prestes a se formar que aproveitem a universidade, a casa do saber, para treinar suas competências e habilidades, tornando-se cidadãos com melhores soft skills e hard skills. Essas são características fundamentais de uma boa formação acadêmica como a que é oferecida pela UNESP”.
Para saber mais sobre a agência e conhecer algumas das empresas filhas da Unesp, leia o ebook da AUIN “Empresas filhas, startups e spin-offs da Unesp”.
