Raquel Sielli Santana cresceu na pequena cidade de Mirassol, no interior do Estado de São Paulo. Ela já era formada em Ciências Contábeis e também já trabalhava quando foi aprovada no curso de Matemática Aplicada da Unesp. No seu primeiro dia na Universidade, quando foi fazer sua matrícula, a jovem conheceu Paulo Henrique Reis Santana, um veterano do mesmo curso que havia crescido em São José do Rio Preto. Naquele dia, nenhum dos dois sabia que 4 anos depois eles estariam casados e que o Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (IBILCE), além de proporcionar um diploma, seria o plano de fundo do relacionamento dos dois.

O primeiro contato entre os unespianos, no dia da matrícula, foi uma tentativa frustrada de Paulo de tentar passar tinta em Raquel, que era caloura, mas a brincadeira não foi adiante, pois a mesma estava usando o uniforme da empresa em que trabalhava e não poderia sujá-lo. A partir de então, devido ao fato de terem horários diferentes, ambos ficaram sem se ver por um ano.

Em 2016, aconteceu uma greve no IBILCE e, durante uma assembleia entre os estudantes, eles se encontraram novamente. Raquel conta: “Reparei que ele estava diferente, pois teve a cabeça raspada devido ao tiro de guerra. Eu brinquei com ele por isso e acabou que ele pegou meu telefone”. 

A partir daí, um interesse recíproco foi surgindo, Raquel estudava no período noturno e Paulo no período diurno, para poder se encontrar com ela, ele a esperava todos os dias no ponto de ônibus, assim eles podiam conversar por uns 10 minutos antes da aula da estudante começar. 



Fotos do ensaio de casamento de Raquel e Paulo, egressos do curso de Matemática. Foto: Edi Caires.

Esse costume foi mantido pelo casal até 2017, quando Raquel saiu de seu trabalho e mudou para o período integral, dessa forma eles começaram a ficar juntos mais tempo. “Foi nessa época que começamos a namorar sério”, relembra a egressa. Como eles eram jovens universitários e não tinham muito dinheiro para sair, eles passavam grande parte do tempo no IBILCE.

“Passamos muito do nosso tempo na biblioteca, estudando e ficando juntos para passar o tempo. Pois como ficávamos muito no IBILCE, quando tínhamos tempo o único lugar para ficar juntos e conversar era a biblioteca. Foi nossa segunda casa, é um lugar que não só eu e o Paulo passamos juntos, mas que fizemos amigos que levamos para a vida até hoje. Sinto falta das conversas e de estudar com os amigos. Foi uma das melhores épocas da minha vida”. 

Depois de dois anos, o casal retornou para o lugar onde se conheceram: o câmpus da Unesp. Foto: Edi Caires.

Formatura, pedido de casamento e uma pandemia no meio do caminho

Em 2019, Paulo foi aprovado no mestrado e conseguiu uma bolsa de estudos FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e, em seguida, foi aprovado pela fundação para passar 6 meses estudando na Universitat Autònoma de Barcelona (UAB) na Espanha.

Antes da viagem, o egresso pediu Raquel em casamento na represa de São José do Rio Preto e ela aceitou. Depois de 3 meses, quando Paulo já estava na Espanha, a pandemia de Coronavírus eclodiu na Europa e, alguns meses depois, o vírus também se disseminou no Brasil. 

“Depois que noivamos passamos uns períodos complicados, dá uma tristeza só de lembrar, para quem se via todos os dias e, do nada, não se ver mais. Quando ele voltou da Espanha nos víamos bem pouco aqui por causa da pandemia também. Nosso casamento já estava marcado para janeiro de 2021, tivemos que adiar para agosto de 2021 e, depois, adiamos novamente para julho de 2022, que foi quando conseguimos casar finalmente”, declara a egressa.

Além de encontrar a pessoa com quem deseja passar toda a sua vida, Raquel também afirma que o período da faculdade a fez amadurecer e que ela aproveitou muito a experiência dos estágios que fez. A unespiana ainda não atua em sua área, que é a Matemática, mas pretende se tornar professora e lecionar a disciplina. Enquanto Paulo está no doutorado atualmente, ele conta que é muito grato à Unesp: “Pela oportunidade de poder estudar e exercer a profissão que ama, como pesquisador”. 

O casal ressaltou também a sua gratidão à servidora Cláudia Inácio de Araujo, que os ajudou quando eles elegeram a biblioteca do IBILCE como cenário do álbum de casamento.