Hoje, Rafael Briet é educador físico e mestrando em Ciências do Movimento (Unesp), enquanto Rebecca Crepaldi é jornalista e mestranda em Divulgação Científica (Unicamp), ambos egressos do câmpus de Bauru e graduados em 2018 e 2021, respectivamente. Durante a graduação, os unespianos passaram por períodos de vulnerabilidade econômica e tiveram auxílios da Coordenadoria de Permanência Estudantil (COPE). Como os dois frequentavam cursos com carga horária integral, era difícil conseguir atividades que fornecessem renda e pudessem ser compatíveis com o horário e a exigência da universidade. 

Em 2021, a COPE lançou seu novo programa, o “Coopere com o Estudante”, no qual egressos podem fazer doações diretamente para os estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica - renda familiar per capita de até 1,5 salário mínimo é o principal parâmetro para essa constatação. A doação pode ser feita rapidamente via pix, boleto ou cartão, com valor mínimo de 10 reais, basta preencher o formulário de doação (para pix) ou acessar a página do programa (para os demais tipos de doações).

Tanto Rafael quanto Rebecca afirmam que os auxílios financeiros foram fundamentais para que conseguissem concluir a graduação e destacam o quanto são importantes para quem precisa. 

Rafael conta: “Graças aos auxílios eu consegui me manter no curso e me dedicar aos outros pilares da universidade, como por exemplo à pesquisa e à extensão. Por dois anos eu tive auxílio, por isso, tive oportunidades de participar de pesquisas e apresentar trabalhos científicos em congressos da área da saúde e educação”. A participação nesses eventos também contribuiu para a aprovação de Rafael em seu mestrado.

O educador físico conta que para realizar o sonho de cursar a Unesp, ele precisou morar a 400 km de distância da sua cidade natal e sua família não tinha condições financeiras para auxiliá-lo com as despesas mensais como moradia, alimentação e saúde.

Os valores recebidos dos auxílios tinham que ser somados a outras atividades remuneradas extra-universidade. Em alguns momentos, precisou trancar algumas disciplinas para conseguir abrir espaço na agenda e trabalhar de maneira informal, o que acabou atrasando um pouco a graduação.

“Hoje, tenho um certo conforto financeiro com estabilidade, bem diferente da época da graduação. Graças aos auxílios da COPE e, depois, da bolsa CAPES PIBID de iniciação científica, fiz duas especializações, atuei por um tempo como professor universitário e agora estou no mestrado”. 

O sonho de se tornar jornalista 

Durante o segundo ano da faculdade de Jornalismo, o pai de Rebecca foi demitido e seus pais explicaram que estavam com dificuldades financeiras e que talvez ela tivesse que trancar a faculdade. A unespiana chegou a se questionar se conseguiria concluir a graduação: “Será mesmo que faculdade não vai ser para mim? Vou ter que largar tudo?”.

“Naquela hora fiquei sem chão, porque era meu sonho virar jornalista e eu já estava no segundo ano, mas prometi pra mim mesma que não ia abandonar o meu sonho. Em 2017, entreguei panfleto, fiz faxina, fui garçonete, qualquer bico de 60 reais já me ajudava a complementar a renda e com o auxílio eu conseguia me manter na Unesp”. 

A egressa também foi contemplada por uma bolsa do Convênio Santander em 2019 e fez um minicurso de empreendedorismo de duas semanas com tudo pago na Universidade Babson College em Boston (EUA). 

Rebecca afirma: “Sou muito grata à universidade pública, graças a ela que consegui chegar onde estou, com um diploma e fazendo mestrado. Já consegui trabalhar no G1, um grande veículo de Jornalismo. Tenho meus projetos pessoais, minha startup que ajuda mulheres desempregadas. Sou eternamente grata à COPE e à Unesp. Hoje, eu trabalho para tentar devolver à sociedade tudo que eles me deram,pois, me abriram diversas portas e graças à permanência estudantil e à Unesp, eu consegui me estabilizar”.

A jornalista afirma que defende uma universidade pública, gratuita e de qualidade, que tenha um programa de permanência estudantil e cotas - ela reitera que também entrou como cotista de escola pública. 

Rebecca ressalta o sucateamento e a falta de verbas como entraves da ampliação dos auxílios de permanência: “Os valores e o número de auxílios precisam aumentar ainda mais, porque ajuda muito, mas não é suficiente o que a gente recebe. Sinto que muita gente não vê o quanto são importantes e necessários os auxílios e os programas de permanência estudantil. Espero que a minha história sirva de exemplo, porque realmente transforma a realidade de uma pessoa”. 

Rafael também ressalta que na época dele os auxílios não eram distribuídos entre janeiro e março, e como eram sua principal fonte de renda, isso dificultava para pagar as contas: “Esses períodos sem remuneração eram bem ‘apertados’ financeiramente, o que impactava diretamente na saúde mental”. Ele também chama a atenção para a necessidade de ampliar os auxílios, porque são fundamentais para quem precisa e evitam a evasão dos alunos de graduação.

Auxílios da COPE para Permanência Estudantil

A assessora de programas e projetos da COPE, Profa. Dra. Luciana Fleuri ressalta que neste ano os auxílios tiveram seus valores reajustados. Ademais, os estudantes podem acumular auxílios da permanência estudantil com bolsas de diferentes modalidades, o que antes era restrito ou mesmo não podia.

Ela também destaca o quão importantes são as doações para o Programa Coopere com o Estudante, pois essa verba doada será utilizada para o aprimoramento constante de ações de permanência estudantil na Unesp.

Tipos de auxílios distribuídos atualmente pela COPE. Imagem: COPE Unesp.

Você, egresso, também pode fazer parte do sonho de muitos estudantes que é concluir a graduação. Faça sua doação para o Coopere com o Estudante!