Canal de culinária criado por egressos ensina História por meio de receitas | Alumni Unesp
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Publicado em:
01/07/2021
01/07/2021
Tempo de leitura: 6 min

Canal de culinária criado por egressos ensina História por meio de receitas
Já pensou em aprender sobre fatos históricos dentro de sua cozinha?



Ao longo dos séculos, o Brasil recebeu um alto número de imigrantes, pessoas vindas da Ásia, África e Europa que trouxeram consigo diferentes línguas, sotaques, culturas, costumes e, também, formas diversas de cozinhar. Para ensinar sobre a História de um país tão intercultural, três historiadores, formados no câmpus da Unesp em Franca (SP), resolveram criar o projeto “Comer História” para informar sobre fatos históricos brasileiros e estrangeiros a partir da culinária. 


“O que as mulheres e os homens do passado têm para nos contar por meio da forma mais gostosa que existe? A comida!”, questiona Ana Carolina de Carvalho Viotti durante o vídeo de apresentação do “Comer História”. A criação do projeto ocorreu em novembro de 2020, durante a pandemia, com o isolamento social os autores passaram a permanecer mais tempo na cozinha e se dedicaram ao interesse em comum dos três egressos: a culinária. O projeto começou com a criação de um canal no Youtube e hoje, já foram criados uma página no Instagram e um site.


Um destaque dessa iniciativa é que os historiadores recuperam receitas originais, da forma como eram feitas no passado. Essas informações são encontradas em livros e jornais de época e, assim, percebemos que algumas das comidas que consumimos hoje podem ter sido criadas há séculos.


Vasculhar o passado em busca de informações pode ser difícil, mas a trajetória acadêmica dos autores contribui para a qualidade do “Comer História”. Uma vez que os organizadores, Ana Carolina de Carvalho Viotti, Rafael Afonso Gonçalves e Gabriel Ferreira Gurian, são todos formados em História, com mestrado e doutorado na área. Dessa forma, a familiaridade com pesquisas, acervos e fontes históricas são aplicadas no projeto, trazendo informações precisas, curiosidades, documentos e receitas para o público.



Propaganda de rotisseria para assar frango em 1876. Imagem: 'Rotissoire automatique', ilustrada por Jules Chéret (1836-1932), 1876.


 

Página do "Comer História" no Instagram.


Nas publicações são desvendadas as histórias por trás de pratos consagrados do Brasil, como o cuscuz, por exemplo. O nome desse prato é fruto do contato entre indígenas, africanos e europeus. Pois, como mostra o projeto, já haviam dicionários no século XVIII com esse termo, que significava “massa reduzida a grãozinhos, que se come cozida ao vapor da água quente”. A palavra tem origem árabe e foi disseminada pela Europa. Os europeus ao verem esse esse uso semelhante com os grãos de milho, feitos pelos indígenas, passaram a chamar esse tipo de preparação de “cuzcuz”.


A receita de cuscuz ensinada no “Comer História” é de 1912, encontrada no livro “A sciencia no lar moderno”, escrito pela dona Eulália Vaz. Esse é um exemplo de como a culinária dá voltas ao redor do mundo e une características culturais diferentes. 


Nas redes e no site do projeto é possível entrar em contato com várias informações e de quebra aprender a fazer drinks, doces e comidas, reconhecendo a nossa própria história e provando os mesmos sabores experimentados pelos nossos ancestrais, séculos antes de nós.




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