
Foto: Helena Soares
A Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá (FEG) foi criada devido à luta de estudantes secundaristas e alguns políticos da cidade. A mobilização popular ocorreu durante o período da ditadura, começando em 1964. Na época, o Conselho Estadual de Educação havia decidido não criar unidades universitárias isoladas no Estado. Essa decisão pode ter atrasado o surgimento da faculdade, mas não fez com que desistissem dela e em 1966 a FEG foi, finalmente, autorizada. Hoje, 58 anos depois, o câmpus forma estudantes anualmente, transformando a vida de quem passa por lá, fazendo com que alunos se tornem profissionais, criando muitas amizades e recordações para vida toda.
A FEG começou ocupando apenas uma sala de aula no Instituto de Educação de Guaratinguetá, alguns professores do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) foram convidados para colaborar com a Estruturação do novo Currículo. Com o tempo, a faculdade conseguiu terrenos, que foram doados por uma família (Byington) e iniciou-se as obras que originaram o câmpus. Em 1976, foi criada a Unesp que reuniu os institutos de Ensino Superior do estado, incluindo a FEG.
A faculdade que começou apenas com o curso de Engenharia Mecânica, atualmente oferece também cursos em Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Engenharia de Materiais, Engenharia de Produção Mecânica, Física e Matemática.
Letícia Inez, egressa de Engenharia de Materiais, junto com as ex-moradoras da república feminina TPD contaram para equipe do Alumni sobre o que os unespianos de Guará (apelido do câmpus) fazem durante a época da graduação:
1) Matar aula de Cálculo para estudar para prova de Cálculo
As ciências exatas podem ser bastante desafiadoras, segundo Letícia: “Cálculo é uma das matérias mais temidas e com mais volume de conteúdo do ciclo básico. Então, algumas vezes, não dá para terminar de estudar tudo até o dia da prova. Acaba que na semana da prova o jeito é matar a aula da própria matéria para estudar. Não recomendamos, mas quem nunca?”.
2) Esquecer que é dia de aula no laboratório e ir para o câmpus de chinelo
Todos os cursos têm seus perrengues, assim como todos os câmpus. As egressas contam que Guaratinguetá “é uma cidade famosa pelo calor constante e sem trégua durante todo o ano. Então, shorts, regata e chinelo são uniformes de todo “fegueano”. Entretanto, por regras de segurança, para usar o laboratório só pode entrar quem estiver com as vestimentas adequadas, calça, jaleco e sapato fechado e quem esquece algum desses itens tem que correr até sua república. Outra opção é procurar alguém, que por sorte vai fazer laboratório no mesmo dia, para pegar roupas ou sapatos emprestados.
3) Puxar o "Poró" em uma festa
Segundo as unespianas, “poró” é um grito tradicional de Guará, uma brincadeira que acontece em várias festas.
4) Fofocar na cantina durante o intervalo
Letícia relembra que o intervalo era a hora de tomar um cafézinho na cantina e colocar a conversa em dia com os amigos. “Entre uma aula e outra, temos alguns minutinhos que são gastos obrigatoriamente na fila e nas mesas da cantina batendo papo, reclamando de alguma matéria ou fofocando do que aconteceu na última festa”.
5) Esquecer de converter a calculadora para radianos ou para graus durante uma prova
Não converter a calculadora pode jogar dias inteiros de estudo no lixo. As egressas contam: “Em algumas provas, se você esquecer dessa conversão, os cálculos até vão parecer certos, mas os resultados... não! Pode até comemorar que se saiu super bem na prova, mas na hora de receber a nota vai ter uma grande surpresa”.
6) Se desesperar no pátio do Bloco 5
Ansiedade e estresse acabam acompanhando os estudantes durante a graduação, principalmente na época de provas. Letícia explica que é comum “depois de uma prova ficar esperando no pátio do bloco 5, para poder conferir com o pessoal se todo mundo respondeu igual”.
7) Participou e foi apaixonado por algum Projeto de Extensão e só falava sobre ele
Letícia, que foi presidente de uma empresa júnior, declara "eu mesma, até hoje, sou grata pelo que conquistei na “Jr. Eng” e quando falo da Unesp, ela está presente em meu discurso, mas a FEG é reconhecida pelas infinitas possibilidades de extensão que te desenvolvem muito para o mercado de trabalho”.