
O câmpus de Bauru da UNESP tem área total equivalente a 450 campos de futebol, e recebe mais de mil estudantes de todas as partes do Brasil — e agora de fora dele também — todos os anos. Às vésperas de completar 30 anos de encampação, reunimos aqui situações que todo mundo que estudou na UNESP Bauru já viveu.
1. Se perguntou onde fica essa cidade

Até prestar o vestibular essa informação não parecia tão relevante, mas depois da aprovação veio a dúvida: Bauru não era lanche?
A principal cidade do centro-oeste paulista tem 371.690 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). A origem do nome é incerta, mas a teoria mais aceita é que Bauru vem do língua tupi e significa “cesta de frutas”.
A cidade ficou conhecida a partir da década 1930 por conta da ferrovia — que transformou o município no maior entrocamento ferroviário do Brasil. Mas há de convir que o lanche com o mesmo nome projetou a cidade para além do estado de São Paulo. O lanche bauru foi criado em 1937 pelo bauruense Casimiro Pinto Neto quando foi estudar na capital (São Paulo). O sanduíche foi apelidado em homenagem à cidade natal do seu criador, e ficou a famoso a ponto de ter uma Lei Municipal com instruções de como fazer o Bauru Original.
2. Viu todos os ônibus UNESP/CTI saindo ao mesmo tempo do ponto
O câmpus de Bauru fica no extremo sul da cidade, e para chegar até lá, os meios mais fáceis são de ônibus ou de carro. São quatro as linhas de ônibus que interligam o centro à universidade, com horários e itinerários bem parecidos. Na Avenida Nações Unidas, uma das principais vias da cidade, os veículos costumam passar em sequência, com intervalo médio de dez minutos entre eles.
Então, atrasar-se para sair de casa pode resultar na perda não de um, mas de três ônibus para ir a UNESP. Quem já viu isso acontecer, ficou ao menos 30 minutos no ponto esperando a próxima leva de UNESP/ CTI’s passarem.
3. Foi ou voltou da UNESP de carona
Já que o câmpus é longe e os horários de ônibus complicados, a carona solidária é uma alternativa acessível e comum entre os estudantes.
Nos períodos letivos, as filas se formam perto dos bancos na Avenida Nações Unidas ou na saída da portaria 1 da UNESP. Além de barato, as caronas sempre promovem encontros inusitados que começam com o famoso “você é de que curso?”.
4. Teve a aula invadida por um cachorro ou gato

Eles são tantos que já se tornou normal encontrá-los próximos aos blocos de salas — seja durante as aulas ou no intervalo delas. Em alguns espaços do câmpus, há caminhas, potes de ração e água para os “pets unespianos”.
Os animais comunitários são bichinhos que foram abandonados pelos donos ou animais “de rua” que buscaram acolhimento nos arredores da universidade. De acordo com o Prof. Dr. José Alfredo Ulson, em 2015, cerca de 30 gatos e 20 cães viviam na UNESP.
5. Passou um tempinho no bosque…

Ele fica no meio do câmpus, e é quase impossível não passar por ele no dia-a-dia na universidade. O bosque da UNESP é um dos primeiros espaços apresentados aos ingressantes, onde acontecem atividades culturais e acadêmicas, shows com bandas universitárias e feirinhas. É também o ponto de encontro dos estudantes no intervalo das aulas ou no horário do almoço ou antes de ir embora.
6. … e acompanhou um movimento de estudantes em frente a Biblioteca
Entre o Bosque e a Biblioteca do câmpus tem uma espécie de “esplanada” usada pelos estudantes para reuniões. É em frente a Biblioteca que acontecem as ações de trocas de livro da Biblioteca, as reuniões do Conselho dos Estudantes da UNESP Bauru (CEUB), atividades de projetos de extensão e das empresas juniores. O ponto é estratégico por ser central e ligar a Faculdade de Engenharia (FEB) à Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (FAAC) e à Faculdade de Ciências (FC).

E já que estamos falando da Biblioteca, o prédio foi construído na década de 1970, sendo parte do Parque Universitário que, no final dos anos de 1980, seria encapado pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. O acervo é formado por mais 80 mil livros e cerca de 3,5 mil teses e dissertações.
7. Foi ao Ubaiano
Seja na graduação ou na pós, é impossível não conhecer ou ouvir falar do Bar do Ubaiano. Por conta da proximidade, o bar pode ser considerado uma extensão do câmpus. Ou por conta do tempo também, já que faz 48 anos que o Ubaiano existe. O que começou com carrinho de lanche por Feliciano Soares de Oliveira antes mesmo da encampação da universidade, hoje é o bar mais popular da universidade — e tem até o “U” para fazer referência à UNESP.
O dono do Ubaiano (que não é baiano, mas sim mineiro) recebeu placas de homenagens de estudantes, convites de formatura e já teve até um bloco de carnaval em Bauru, o Ubainesp, que misturava professores, servidores e estudantes na mesma festa no final dos anos de 1990.
8. Quis saber por quê o Mundo Perdido chama Mundo Perdido
É a Central de Laboratórios da FAAC que fica no final da entrada pela Portaria 1. Dá para deduzir que este seja o motivo do apelido, por parecer deslocado dos outros blocos de salas da faculdade, “perdido” em algum lugar do câmpus. Em 2004, quando a Rádio UNESP Virtual começou, o projeto de extensão formado por estudantes de jornalismo e Rádio e TV era chamado “Rádio Mundo Perdido” e tinha como “sede” a Central de Laboratórios. Fato é que Mundo Perdido é o nome pelo qual os laboratórios são reconhecidos — inclusive pela administração da unidade.
9. Participou de um projeto de extensão
Um dos pilares da formação acadêmica é a extensão, e este é um dos diferenciais da UNESP em relação às outras universidades. Os projetos de extensão são ações que envolvem docentes, pesquisadores, estudantes e membros da sociedade civil para atender uma demanda da comunidade. De acordo com a Pró-Reitoria da UNESP, o câmpus de Bauru conta com 23 extensões em 2018.
Para a graduação, as extensões são fundamentais o estudante por possibilitar a aplicação prática dos conteúdos aprendidos em sala e também por favorecer o desenvolvimento de soluções criativas aos desafios apresentados.
10. Se encantou com a diversidade do câmpus

A UNESP Bauru conta com 20 cursos de graduação, sem falar dos cursos de pós-graduação, organizadas em seis das oito áreas do conhecimento (Ciências Exatas, Ciências Biológicas, Engenharias, Ciências Humanas, Ciências Ciências Sociais Aplicadas e Linguística, Letras e Artes). E é o maior câmpus da UNESP em número de alunos — são mais de 7 mil estudantes matriculados.
Tanto conhecimento e tanta gente reunida no mesmo espaço favorece a interação entre diferentes áreas, estimula a formação de projetos transdisciplinares e construção de diálogos políticos com os mais diversos temas. O câmpus de Bauru mistura um pouco de tudo, e o resultado é uma universidade que está aprendendo a conviver com a diversidade.