O que faz o profissional de Terapia Ocupacional? A egressa Rubiana Monteiro explica sobre a área e seu mercado de trabalho | Alumni Unesp
Notícias fresquinhas para você ficar atualizado.
Publicado em:
15/12/2023
15/12/2023
Tempo de leitura: 7 min

O que faz o profissional de Terapia Ocupacional? A egressa Rubiana Monteiro explica sobre a área e seu mercado de trabalho
A terapeuta ocupacional é egressa do câmpus de Marília onde também está cursando seu mestrado


Quando Rubiana Monteiro estava em sua fase pré-vestibular, tinha a certeza de que seu futuro seria na área da Saúde, provavelmente em Fisioterapia. Durante uma aula de seu Ensino Médio, uma das professoras disse que Terapia Ocupacional (TO) era a “cara” dela. Isso fez com que a jovem pesquisasse sobre o curso e, assim, sua curiosidade despertou, fazendo com que ela se inscrevesse em TO no vestibular da Unesp. A estudante foi aprovada no câmpus de Marília em 2016. Entretanto, no início das aulas, ela ainda tinha dúvidas se havia feito a escolha certa, mas depois de ouvir uma fala da Profa. Dra. Aila Narene Dahwache Criado Rocha tudo mudou. 


“Foi tudo muito novo, eu era de São José dos Campos e vim pra Marília, longe da casa dos meus pais. No começo do curso, uma das professoras fez uma fala sobre sua atuação com crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Isso fez meu olho brilhar e tive certeza da minha escola pela TO”, relembra. 


A Profa. Dra. Aila acabou se tornando orientadora da Rubiana em seu TCC e na Pós-graduação. Durante seu mestrado, no Programa de Pós-graduação em Educação da Unesp, a terapeuta estudou sobre a alfabetização e a análise da escrita de crianças com TEA e Transtorno de Processamento Sensorial (TPS), no Brasil ainda não há pesquisas sobre esse tema.


A terapeuta ocupacional também ressalta que há muita confusão quando o assunto é TEA e TPS. É importante ressaltar que nem todas as pessoas que possuem Disfunção de Processamento Sensorial têm algum grau de Autismo. 


A TPS é uma disfunção neurológica, na qual o cérebro do paciente diverge na hora de processar estímulos. Essa condição afeta os cinco sentidos, audição, olfato, paladar, visão e tato. Quando não é tratado, o paciente pode passar por altos níveis de estresse, ansiedade, depressão e pode ter sua rotina afetada. Uma das formas eficazes de tratar o TPS é com a Terapia Ocupacional.


Os objetivos do terapeuta ocupacional


Rubiana explica que o principal objetivo da TO é favorecer a independência e autonomia das pessoas. Assim como na Fisioterapia, o terapeuta ocupacional realiza exercícios físicos no paciente, buscando o fortalecimento muscular, melhorando lesões e aumentando a amplitude dos movimentos.


“A diferença em relação a Fisioterapia, é que a TO olha para a ocupação e para as tarefas rotineiras do ser humano. Trabalhamos com elementos físicos para melhorar a condição do paciente, mas também para que ele consiga fazer suas tarefas. A adaptação dos ambientes e das tarefas faz parte do atendimento. Por isso, cabe aos terapeutas ocupacionais visitar os ambientes escolares ou de trabalho”, explica a egressa.


Quais pessoas precisam de Terapia Ocupacional e como procurar atendimento?


A mestranda explica que existem 3 pontos principais na hora de avaliar se o paciente precisa de atendimento em TO, ela afirma: “Caso o indivíduo tenha dificuldade em algum desses elementos ele é público alvo para a TO”. 


  • Aspectos do próprio indivíduo: são as habilidades motoras, sociais, sensoriais e comunicacionais do paciente.


  • Aspectos ambientais: se relaciona com o lugar em que o indivíduo está inserido, como é sua rotina dentro da sua comunidade ou em seu trabalho.


  • Aspectos das tarefas: refere-se às atividades rotineiras da vida do paciente. Essas podem ser desde escovar os dentes até uma atividade em seu trabalho. 


Rubiana explica que o público alvo da TO se divide em 2 grupos: infantil e adulto ou idoso. Sendo que a atuação da TO com as crianças é voltada para brincadeiras e interação social, que são as suas principais tarefas. 


Já entre os adultos, existem casos em que um trabalhador pode se lesionar devido ao esforço repetitivo de algum trabalho. Assim, a TO pode auxiliar para que ele consiga voltar a trabalhar. 


A terapia ocupacional também auxilia os adultos ou idosos em caso de doenças ou acidentes. Além de auxiliar o idoso em seu processo de envelhecimento, contribuindo para a sua autonomia e realização de tarefas do dia-a-dia.


Além disso, ela ressalta que questões ligadas à saúde mental estão altamente relacionadas, pois a desorganização mental pode afetar a organização da rotina e a participação social dos pacientes. Por isso, o SUS (Sistema Único de Saúde) também oferece Terapia Ocupacional nas unidades do CAPS (Centros de Atenção Psicossocial). 


A unidade da Unesp em Marília também atua em parceria com o SUS da cidade e provê o atendimento gratuito em TO para pacientes encaminhados pelo Sistema Único de Saúde.


Mercado profissional para egressos 


Rubiana afirma que há várias possibilidades no mercado profissional da área. Ela ressalta que as vagas de trabalho são abrangentes, com destaque para diversas oportunidades em atendimento infantil com crianças que possuem disfunções sensoriais, motoras ou TEA. 


Os profissionais de TO podem trabalhar tanto em clínicas quanto hospitais e centros de atendimento público. Outra dica selecionada pela egressa é buscar uma certificação complementar. 


“Há abordagens que podem favorecer o candidato em ofertas de emprego voltadas para o atendimento infantil, como a Certificação Internacional em Integração Sensorial de Ayres (ISA) e Análise do Comportamento Aplicada (ABA)”, orienta a egressa.


Rubiana afirma que se fosse aconselhar os graduandos atuais de TO, diria para aproveitarem os projetos de pesquisa e extensão. Porque além de contribuir para experiência prática do estudante e melhorarem o currículo profissional, também são ótimas oportunidades de criar novas amizades: “os vínculos não ficam para trás quando nos formamos”, conta.


Além disso, ela afirma que a universidade é a melhor época da vida, e que o curso da Unesp fez com que ela se apaixonasse pela Terapia Ocupacional, encontrando sua vocação. 



Últimas notícias

Colégio técnico e projeto de extensão motivaram egresso a ser programador Gabriel Scota conta sobre sua transição de carreira e comenta sobre mercado de trabalho
Mestrado profissional gratuito “ProfÁgua” está com 532 vagas abertas Sob coordenação da Unesp, o curso é oferecido por 26 Instituições de Ensino Superior
Banca Vunesp divulga concurso com salário até R$16.413 para atuar em Praia Grande As vagas se destinam a profissões variadas e as inscrições estão aberta até 15 de maio