“O medo daquilo que não conhecemos é inevitável” conta egressa que atua na linha de frente contra o Coronavírus | Alumni Unesp
Notícias fresquinhas para você ficar atualizado.
Publicado em:
24/08/2020
24/08/2020
Tempo de leitura: 3 min

“O medo daquilo que não conhecemos é inevitável” conta egressa que atua na linha de frente contra o Coronavírus
A médica Aline Garbellini conta sobre as dificuldades enfrentadas por quem trabalha na área da saúde durante a pandemia



Aline Aoki Garbellini é formada em Medicina pela Unesp, no campus de Botucatu (FMB). Atualmente, ela está fazendo residência em Nefrologia e também é plantonista da UTI-COVID no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) da Unesp. Aline nos contou um pouco sobre como é atuar na linha de frente de combate ao Coronavírus. 


O Hospital da FMB é um órgão público e vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS), a Unesp oferece atendimento médico para Botucatu e região. Devido as especialidades e qualidade do HCFMB, pessoas de outros estados acabam sendo encaminhadas para lá. Com a pandemia do Coronavírus, a equipe do hospital precisou se mobilizar e se adaptar para atender os pacientes infectados, criando espaços como a UTI-Covid, onde Aline trabalha. 


A egressa conta que já atendeu muitos casos graves de pacientes infectados pelo Coronavírus, para ela “uma das principais dificuldades, no início, foi lidar com o desconhecido. Nunca vivemos uma situação de pandemia como essa, com o surgimento de uma nova doença que teria repercussões tão devastadoras. O medo daquilo que não conhecemos é inevitável, além do mais para quem está inserido em um ambiente onde se concentram os casos mais graves, como em um hospital de referência como o nosso”.


Apesar de toda a insegurança e tensão por estar lidando com uma doença desconhecida e ter que lidar, todos os dias, com o medo adoecer, a médica não conseguiria se ausentar de prestar auxílio e ajudar a combater essa doença. “Não vejo como ficar de fora de algo tão significativo, que está acontecendo no mundo neste momento. Se eu fizer uma mínima diferença positiva neste equilíbrio delicado, entre saúde e doença, já vale a pena”.


O trabalho dentro de um hospital durante uma pandemia afeta diversas esferas das vidas dos médicos. Aline conta que o medo de levar a doença do hospital para casa é algo que assombra os profissionais da área da saúde “muitos colegas passaram meses sem visitar seus familiares”.


Ela afirma que um dos principais medos que a perseguiu, durante este momento tão delicado, foi o de não conseguir fazer o melhor para seus pacientes, porque há uma escassez de tratamentos que tenham eficácia cientificamente comprovada para o tratamento da Covid-19, os estudos são muito recentes. Além disso, muitas pessoas chegavam no hospital em estados extremamente graves da doença e os médicos também não conseguiam salvá-los, “somamos muitas histórias tristes”, declara a médica. 


Mesmo com todas essas dificuldades, Aline continuou batalhando na linha de frente contra o Coronavírus. “Em meio a todo esse caos também existem finais felizes e esses nos motivam a encarar um dia-a-dia tão insano”. A médica trabalha 60h por semana e ainda atua em plantões noturnos ou em plantões de fim de semana.


Luz no fim do túnel 


Apesar de tantas dificuldades e perdas que a pandemia causou e ainda está causando, hoje, após cinco meses temos um cenário em que podemos vislumbrar um futuro melhor. 


“Acredito que em meio de tanto medo e incertezas, hoje estamos mais fortes, tanto do ponto de vista técnico, quanto pessoal. Sabemos muito mais sobre aspectos fisiopatológicos da Covid-19 do que há 5 meses atrás. Bem como de suas características clínicas e, embora não exista nenhum tratamento específico comprovadamente efetivo, temos protocolos de atendimento que evoluem e estão cada dia melhores, que auxiliam e orientam os médicos da "linha de frente" na prática, em seu dia-a-dia”. 


Aline afirma também que a ciência está avançando na busca por tratamentos para a Covid-19. “Existem pesquisadores extremamente competentes e brilhantes de nossa Faculdade que trabalham em projetos de pesquisa, que com certeza nos trarão respostas no futuro”. 


Como conselho, a médica afirma que as pessoas precisam ter cuidado, a reabertura do comércio e dos serviços é inevitável, entretanto não podemos subestimar a doença. Ela orienta que todos cuidem da higiene pessoal, lavando as mãos ou higienizando com álcool gel constantemente e, também, alerta para o uso das máscaras de proteção facial, que são essenciais para não correr riscos desnecessários.


Nesta semana que se inicia, Aline enfrentará novamente uma enorme carga horária, se mantendo firme em seu objetivo de auxiliar no combate à doença, a equipe Alumni agradece a enorme contribuição e coragem da Aline e dos demais profissionais da saúde que estão empenhados no combate ao Coronavírus.  



Últimas notícias

Evento sobre bioestimulantes une conhecimentos da Unesp e do setor empresarial Egressos são idealizadores do encontro e sócios da empresa AgrocomCiência
Livraria Unesp celebra os 186 anos de Machado de Assis Todas as obras do escritor estão com 25% de desconto durante o mês de junho
Banca Vunesp abre concurso nacional com 105 vagas para área da Saúde A oportunidade é destinada para médicos, farmacêuticos e dentistas