Quem é o unespiano que criou uma empresa de tecnologia na Estônia? | Alumni Unesp
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Publicado em:
15/08/2020
15/08/2020
Tempo de leitura: 4 min

Quem é o unespiano que criou uma empresa de tecnologia na Estônia?
Conheça o egresso que está construindo pontes tecnológicas entre o Brasil e Estônia



Raphael Fassoni se formou em Relações Internacionais pela Unesp em Marília, no ano de 2014. Sua formação inclui um intercâmbio para Alemanha na Universidade Técnica de Dresden, que é parceira da Unesp. Ele também já fez cursos em Stanford e Harvard, ambas nos Estados Unidos. Sua experiência acadêmica, internacional e profissional acabaram o levando para onde ele está hoje: na Estônia, atuando como co-fundador de uma empresa de tecnologia, a Estônia Hub.


A Estônia é um pequeno país, no nordeste da Europa, tem apenas 1,329 milhão habitantes, um número um pouco maior do que o número de habitantes da cidade de Campinas - SP, por exemplo. Esse pequeno território se tornou uma referência na área de administração pública digital e é um dos países que mais está atraindo empreendedores na Europa. Em entrevista, Raphael nos contou um pouco mais sobre a jornada que o levou até esse país.


Por que você decidiu empreender na Estônia?


O meu relacionamento com a Estônia começou em 2016, ainda trabalhava em uma empresa de tecnologia no Brasil, a TOTVS. A empresa tinha alguns parceiros e fornecedores desse país, mas eu nunca havia ido. Em 2018, comecei a querer empreender e começamos a projetar uma consultoria em negócios internacionais. Nossa ideia era ajudar startups [empresas emergentes que apresentam inovações] brasileiras e até o governo brasileiro a formar parcerias com Estônia, pois é um lugar de referência para a área de governo digital e de startups


Também atuamos em consultoria digital para área da educação em escolas privadas e públicas, porque o sistema de educação pública da Estônia é considerado o quarto melhor do mundo e o melhor da Europa. Dessa forma, construímos pontes para disseminar esse conhecimento entre os países.


A Estônia é o país mais digital do mundo, tem um governo quase totalmente eletrônico, 99% de todos os serviços são pela internet como voto eleitoral, receitas médicas, você não precisa de um cartório. É uma outra realidade. Eu vim para cá apostando nisso, nesse intercâmbio de saberes, temos muito o que aprender com a Estônia e vice-versa. Então, arrisquei e vim empreender aqui.


Nos conte mais sobre sua startup Estônia Hub? Como ela funciona?


A gente começou prestando consultoria para startups, com foco em conseguir clientes entre a Estônia e o Brasil, mas acabamos percebendo que havia outras necessidades. Assim, começamos a procurar fornecedores e parcerias. Como o foco era nessa relação entre os dois países, criamos o nome Estônia Hub.


Na verdade, o pontapé inicial que acabou levando a criação da Estônia Hub ocorreu em maio do ano passado. Quando recebemos um pedido de uma empresa de Marília, eles queriam organizar uma comitiva de negócios. Eram um grupo de 20 pessoas que desejavam passar uma semana na Estônia, para conhecer e fazer contatos profissionais. Ao realizar o projeto acabamos conhecendo muitas pessoas no país e os profissioanais brasileiros da comitiva acabaram fechando negócios por lá. Depois, vieram nos perguntar quando seria a próxima viagem, pois havia interessados. Com isso vimos uma oportunidade, assim, expandimos parcerias entre a Estônia e o Brasil.


Já viabilizamos o contato de mais de 500 empreendedores brasileiros, incluindo lideranças dos setores público, privado e terceiro setor. Nós fornecemos hotel, tradutores e levamos para conhecer locais estratégicos para parcerias e compartilhamento de conhecimentos. 


Com a pandemia estamos fazendo o serviço de forma virtual. A vantagem do virtual é que como ele tem um custo menor, acaba democratizando o acesso, mas é uma experiência menos imersiva, fica mais restrito. Mesmo assim vale a pena, o pessoal tem gostado bastante. Já tivemos uma sala com 300 brasileiros conectados, é uma experiência de aproximação com uma outra forma de conhecimento e cultura sem sair do lugar. 


Do lado dos estonianos, é legal porque também conseguimos desmistificar alguns clichês do Brasil construídos por meio de estereótipos.


Como a Unesp contribuiu para sua trajetória pessoal e profissional?


Eu sou de Marília, mas cresci em São Paulo, na época do vestibular estava determinado a cursar Relações Internacionais (RI). A Unesp tinha o curso que eu desejava e também poderia voltar para minha cidade natal. 


Durante a faculdade tentei explorar o máximo das oportunidades que existiam, participei de Centro Acadêmico, de Empresa Júnior, da bateria universitária e quase entrei pra atlética. Tentei explorar o que existia também fora da grade curricular. Além disso, o corpo docente de RI é muito forte, o que contribuiu para minha formação. 


Também morei em República, que chamava Dominicana, quando entrei os membros tinham acabado de ganhar um concurso da Skol, ganhamos uma decoração para a casa, tínhamos aquelas geladeiras de bar e demos várias festas. Na bateria, competimos no Inter e ficamos em quinto lugar. Tentei vivenciar muito esse período, porque eu sabia que passava rápido, conheci muita gente e tento manter contato com o pessoal.


No terceiro ano, surgiu a oportunidade de fazer um intercâmbio, a Unesp tem parceria com Universidade Técnica de Dresden na Alemanha e havia possibilidade de fazer equivalência com as matérias de RI. Eu consegui bolsa de intercâmbio pela Unesp também, em um momento em que estava sem dinheiro, dessa forma pude permanecer no intercâmbio. A Unesp agregou em tudo, foi o ponto de partida da minha formação. Quando as pessoas vêem que estudei na Unesp, isso é um peso muito grande, pois conhecem e respeitam, sabem que é uma universidade de referência e que está entre as melhores do país.


A Unesp tem várias parcerias com faculdades estrangeiras, você ter a oportunidade de estudar em uma faculdade pública e fazer um intercâmbio para outra universidade pública na Europa é um sonho. Meu conselho para estudantes que sonham em fazer intercâmbio, é planejar com antecedência, passei um ano me preparando para o meu, estudei alemão e preparei minha candidatura.


Hoje, trabalho com minhas duas grandes paixões a tecnologia e a área internacional, estou conseguindo trabalhar entre esses dois mundos, me sinto realizado. Sou muito grato a Unesp pela minha formação.



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