Na véspera do Carnaval, médico explica sobre prevenção ao HIV e nova injeção prevista no SUS | Alumni Unesp
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Publicado em:
26/02/2025
26/02/2025
Tempo de leitura: 7 min

Na véspera do Carnaval, médico explica sobre prevenção ao HIV e nova injeção prevista no SUS
O medicamento injetável protegerá o paciente por dois meses e será incluso na Saúde Pública




Hoje, há formas modernas de prevenção ao HIV - o vírus causador da Aids. Segundo o egresso e professor da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB - Unesp), Alexandre Naime Barbosa, ainda este ano está prevista a integração de mais uma forma de combate à infecção no Sistema Único de Saúde (SUS). O “cabotegravir” é um medicamento injetável que protege o paciente do vírus por 2 meses. O especialista também explica sobre outros métodos de prevenção, considerando que no Carnaval as pessoas podem abaixar as suas percepções de risco acerca das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).


O Prof. Dr. Alexandre Naime Barbosa é uma referência para os estudos na área, seu interesse começou cedo, aos onze anos já queria ser médico e realizou este sonho em 1995, quando ingressou na Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB - Unesp). Onde também se tornou residente, mestre e doutor em Infectologia. No segundo ano da graduação, se interessou em estudar as ISTs e não parou mais. 


Com décadas de experiência, o médico, que também é coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia, afirma que a novidade do medicamento é a possibilidade de proteção por mais tempo em comparação com os demais tratamentos.


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a medicação injetável em 2023. A instituição atestou a segurança e eficácia do cabotegravir, que foi testado em sete países: Brasil, Estados Unidos, Peru, Argentina, Tailândia, Vietnã e África do Sul, como informa a Agência Brasil. 


“A área de Infectologia da Unesp é um dos centros de pesquisa que estudou essa medicação e promovemos educação em relação à chegada dela no SUS. No futuro um pouco mais longínquo, teremos tratamentos com tempo de proteção de quatros meses e, mais para frente, será de seis meses. A ciência está evoluindo na prevenção do HIV”. 


Alexandre destaca que hoje é possível contrair o HIV e realizar o tratamento para ter qualidade de vida, mesmo com a doença, e não transmitir aos demais. Além disso, existem outras medicações que já estão disponíveis no SUS. 



Prevenção Atual


“Existem cerca de 40 milhões de pessoas com HIV no mundo. A Aids pode trazer uma interface [combinação] com outras ISTs. Eu também estudo o vírus HPV, a sífilis, a gonorreia e a clamídia, por exemplo”, destaca o médico.


Todas as ISTs requerem atenção em todos os momentos e também no Carnaval. Nesse momento as pessoas tendem a abaixar suas percepções de risco. “Isso significa que elas não percebem que uma relação sexual pode se transformar na transmissão de doenças. Essa noção pode ser reduzida por empolgação, ou uso de álcool e de substâncias psicoativas, que são comuns durante esse feriado”, ressalta o egresso.


Alexandre afirma que as ISTs são democráticas e atingem todos os perfis sociais. Ele ressalta que o preservativo masculino ou feminino ainda é a melhor forma de prevenção contra todas essas doenças. 


“Caso a pessoa não tenha usado a camisinha ou esta tenha se rompido, existe no SUS a Profilaxia de Pós-Exposição (PEP). Em até 72 horas, pode-se procurar uma unidade de atendimento de Saúde”, explica. Ele reitera que o tratamento se baseia em tomar dois comprimidos por 28 dias, assim elimina-se os riscos de infecção pelo HIV. 


Na unidade de saúde, após o paciente relatar que teve relação sexual sem preservativo, o protocolo é avaliar se ele está vacinado para Hepatite B e também pode ser feito o tratamento preventivo da Sífilis - injeção de penicilina. Além disso, pode ser administrado antibiótico para prevenir clamídia e gonorréia. “Se o médico faz a prevenção correta, o indivíduo não vai ter sintoma e não vai transmitir para outras pessoas”, declara. 


O egresso conta que existe a Profilaxia de Pré-Exposição (Prep), na qual o paciente toma comprimidos todos os dias e, ao ter relações, não será infectado pelo HIV. 


“Temos no ambulatório da Unesp cerca de 400 pessoas que fazem uso da Prep, algumas delas escolhem não usar o preservativo e tudo bem. Elas são acompanhadas a cada três meses e fazem testes para outras ISTs. Em caso de infecção, serão tratadas”, afirma o especialista. Ele ressalta que a maioria dessas doenças têm cura, com exceção do HIV. 


Divulgação científica nas mídias e redes sociais


Na FMB, Alexandre encontrou o lugar para desenvolver suas paixões - a pesquisa em Medicina e compartilhar conhecimento. Os resultados de suas pesquisas não são informados apenas aos alunos, mas com todos através da divulgação científica constante que o médico realiza em suas redes sociais e na mídia. 


O especialista conta que Jornalismo era sua 2ª opção de curso, exatamente por compreender a importância de divulgar o conhecimento. “Meu intuito com a divulgação científica é transformar a informação em saúde, através de uma linguagem mais palatável. Faço isso há 15 anos”, lembra. 


Assim, ele cria publicações para suas redes sociais e divulga em seu perfil no Instagram (@drbarbosa), Facebook (Dr. Alexandre Naime Barbosa - Infectologia) e também pelo Youtube (Dr. Alexandre Naime Barbosa - Infectologia). 


Em busca de devolver o conhecimento para a sociedade, ele também é coordenador do projeto de extensão “Saúde Sexual para Escolas de Fundamental e Médio” promovido pela Liga de Infectologia de Botucatu da Unesp. 

 

“Esse projeto foi fundado em 2015 e é essencial para promover conhecimento para jovens que estão começando a vida sexual. Assim, os graduandos explicam sobre o impacto das ISTs e suas prevenções”, explica. 


O egresso é uma referência na área, por isso é constantemente procurado para entrevistas sobre Infectologia por diversos veículos jornalísticos, como TV Cultura, Globo, CNN, BBC, Estadão e outros internacionais, ao exemplo do New York Times.



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