
A Arte sempre foi uma inspiração para Fernanda de França Gatto e isso a motivou a escolher o curso Rádio, Televisão e Internet (RTVI) da Unesp no câmpus de Bauru, pois ela identificava que o audiovisual unia múltiplas linguagens artísticas. A egressa se formou em 2019 e ingressou no mestrado em Mídia e Tecnologia (PPGMIT) em 2021, no mesmo câmpus. Em sua pesquisa, a mestranda se dedica ao estudo do racismo religioso contra as religiões afrobrasileiras, como a Umbanda e o Candomblé. Com o desenvolvimento da da dissertação, em 2022, Fernanda foi premiada pelo Itaú Cultural e pela Fundação Tide Setubal.
A premiação faz parte do “Programa Ancestralidades de Valorização à Pesquisa”, esse projeto visa estimular processos investigativos que estudem saberes, histórias e culturas das populações negras e dos povos originários do Brasil e também defende a democracia, os direitos humanos, a Arte, a Cultural, a Ciência, a Tecnologia, a religiosidade e espiritualidade.
Fernanda foi uma entre 12 pesquisadores selecionados pelo edital, a sua pesquisa conquistou o prêmio da categoria: “Tecnologias ancestrais afro-brasileiras aplicadas à contemporaneidade”.
Além do racismo religioso, a unespiana explica que sua pesquisa aborda outras questões: “Em contrapartida, estudo a oralidade presente nos Terreiros, por exemplo, através dos pontos cantados, como uma tecnologia de resistência ao racismo e à desumanização. Minha motivação é que através dessa pesquisa seja possível trazer contribuições para o entendimento acerca do racismo religioso e dos mecanismos de resistência existentes nas tradições”, explica.
A presença da Arte e da Cultura afro-brasileira em sua jornada acadêmica
Os pontos cantados também se relacionam com o lado artístico da pesquisadora, esse lado a acompanhou em todas as suas decisões acadêmicas até hoje. Sobre a escolha de seu curso, ela comenta:“Eu entendo o audiovisual como a união de múltiplas linguagens artísticas, como a música, a fotografia e as artes visuais”.
No TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) não foi diferente, Fernanda entregou um trabalho cujo produto de RTVI era álbum musical com pontos de Umbanda dedicados a Iemanjá, sendo que o relatório desse trabalho era uma pesquisa inicial sobre intolerância religiosa.
Fernanda teve o mesmo orientador em seu TCC e em seu mestrado, o Prof. Dr. Juarez Tadeu de Paula Xavier, o qual a discente conheceu no Núcleo de Pesquisa sobre Economia Criativa (Neocriativa), que ela continua fazendo parte.
A unespiana comenta sobre suas decisões após concluir o TCC: “Pensei que o caminho natural seria entrar no mestrado e dar continuidade aos estudos. O PPGMiT da Unesp se mostrou uma excelente opção por ser uma modalidade de mestrado profissional e
interdisciplinar. Esse aspecto foi um ponto chave por possibilitar o desenvolvimento de
pesquisas com temas diversos, como o meu e o de outros pesquisadores”.
Fernanda irá concluir seu mestrado neste primeiro semestre de 2023 e planeja continuar na academia como pesquisadora. Sobre o papel da Unesp em sua formação, ela conclui: “ A Unesp está presente na minha vida desde a graduação e com certeza tem contribuído muito para minha formação. Acredito que a Unesp proporcionou momentos e pessoas, como professores, estudantes, técnicos, entre outros, que contribuíram muito para os meus questionamentos acerca da realidade. Esse compromisso de pesquisar com o intuito de trazer alguma contribuição para a sociedade surgiu desse processo de caminhada na Universidade Pública e sou muito grata por isso”.