A equipe de Comunicação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) produziu um documentário que mostra o dia-a-dia dos profissionais que atuam no combate à Covid-19. O “Pandemia: um registro pelos olhos do HCFMB” (25min) está disponível no canal do HC no Youtube.

As filmagens mostram os bastidores da pandemia em um hospital de referência, que atende pacientes de toda região centro-oeste do estado. No documentário, nos deparamos com a humanidade dos médicos, enfrentando a Covid-19, há quase um ano, nas alas de UTI e enfermaria. 

O trabalho é árduo, os profissionais trabalham diariamente com EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) que cobrem toda área do corpo, muitos passaram todo o tempo da pandemia sem ver seus familiares e amigos, devido ao alto risco de contaminação, típico da doença. Agora, com a vacinação dos funcionários da linha de frente esse cenário começa a apresentar melhora e esperança.

No documentário, o superintendente do HC, André Luís Balbi, conta sobre a dificuldade de alterar toda a gestão do hospital sem poder nem fechar as portas, pois o atendimento não pode parar. O médico explica que metade do hospital se tornou uma área só para pacientes da Covid-19, com entrada própria para evitar encontrar os pacientes comuns.

“No início da pandemia, esperávamos um certa gravidade, mas acabou sendo muito pior. Atendemos pacientes de toda a região e as outras doenças não pararam, só vieram mais pacientes com uma nova doença que nós ainda não sabíamos como tratar direito. Isso também aumentou os gastos do hospital”, declara o prof. dr. André Luís Balbi. 

Durante a pandemia, o HC se tornou referência para o tratamento da doença, outros hospitais acabam pedindo transferência de pacientes em estado grave para que o tratamento seja feito pela equipe da Unesp. Atualmente, já foram feitos no hospital 45 mil testes de Covid-19.

O prof. dr. José Carlos Souza, chefe de gabinete do HC, explica que com apoio da Faculdade de Medicina, eles conseguiram realizar os testes de Covid-19 dentro do próprio local e isso facilitou muito o atendimento. Antes os pacientes com suspeita permaneciam por muito tempo isolados e, por vezes, nem tinham a doença. 

No documentário, em muitos momentos os médicos agradecem o apoio do governo, da prefeitura e, também, da sociedade civil de Botucatu. A profa. dra. Erika Veruska ressalta o importante trabalho voluntário das costureiras da região. Elas confeccionaram os aventais, que fazem parte do EPI’s necessários, isso auxiliou os médicos do a começarem a se preparar, porque, no início, eles ainda não tinham o material. 

Costureira da região confeccionando os aventais da equipe do HC. Imagem: HCFMB.

Os preços dos itens como máscaras, luvas e aventais subiram no mercado e, também, houve uma escassez muito grande dos produtos. Por isso, no começo, a ajuda das costureiras foi fundamental. Quando eles conseguiram se estabelecer, o HC contratou confecções locais para auxiliar a gerar empregos na região, em um momento de demissões em massa.

A médica conta que eles receberam doações de EPI’s de escolas técnicas, laboratórios de pesquisa e dos institutos de Biociência e Medicina da universidade. Além disso, receberam doações carinhosas de pessoas da cidade, como caixas de chocolate, Eryka comenta que esses pequenos gestos de carinho fazem a diferença em um dia-a-dia tão turbulento, “em épocas que abraços não são permitidos”.

O HC fez a campanha “sem luta não há vitória” convidando as pessoas para doarem materiais ou dinheiro. Imagem: HCFMB

O superintendente, André Luís Balbi, também destacou como o apoio da população foi importante para os funcionários. Além disso, ele alerta que a pandemia ainda não acabou. Inclusive, nesta última semana de fevereiro, o HC está com uma taxa de ocupação de 106% dos leitos da UTI Covid-19, um número acima do estabelecido pelo hospital.

Para André, “a pandemia ampliou nosso saber em Gestão, em compreender as pessoas e ter paciência. Cabe a nós, diretores, manter a tranquilidade, a calma, paciência e sabedoria que isso tudo vai passar”. 

Neste momento, a indicação é manter as medidas de distanciamento social, o uso de máscaras e de álcool em gel. É um período extremamente turbulento, mas irá passar, agora que as vacinas já estão prontas, é preciso esperar que a vacinação alcance grande parte da população. Para fazer doações e ter mais informações sobre o HCFMB e sua equipe consulte o site.