A Unesp é uma universidade pública, gratuita e de qualidade, com auxílio do “Prospera” ela pode se tornar cada vez mais inovadora. Como explica o docente Alexandre Perinotto. Ele é egresso da 6ª turma de Geologia de Rio Claro, mestre pela USP e doutor pela Unesp, ambas formações na mesma área. Além disso, faz parte do Conselho de Administração do fundo patrimonial.

Após sua formatura em Geologia em 1979, Alexandre não cursou o mestrado no campus de Rio Claro porque na época ainda não havia Programas de Pós-Graduação (PPG) em sua área. A Unesp foi criada em 1976 e uniu os institutos de ensino superior isolados do interior de São Paulo.

Quando ingressou para o doutorado em 1988, a Unesp já havia criado o PPG em Geologia Regional. Além das experiências na academia, o egresso também já atuou como geólogo na Petrobras em 1980. Um ano depois, ingressou como professor na Unesp. 

“Sempre me envolvi com várias questões internas da Unesp. Isso me fez passar por vários cargos e ter uma atuação próxima da reitoria. Algo que me motivou a fazer parte do Conselho de Administração do fundo patrimonial foi perceber que no exterior, os os egressos têm uma ligação forte com a sua universidade de origem e colaboram com recursos financeiros”. 

O Fundo Patrimonial Prospera Unesp

O Prospera começou a ser pensado em 2019, entretanto com a pandemia houve uma pausa no projeto. Na gestão do reitor Pasqual Barretti foi criada uma equipe para conseguir dar corpo à iniciativa. A primeira doação foi realizada em 2022, pela família Nishimura, que é proprietária da Jacto - uma fabricante de máquinas agrícolas com sede em Pompéia (SP).

O Prospera não é vinculado à iniciativa privada, é uma entidade jurídica amparada pela Lei Nº 13.800/19 e aprovada pelo Conselho Universitário da Unesp. “Antes não podíamos receber doações para apoiar pesquisas porque não havia um instrumento legal para isso”, explica Alexandre. 

Exemplos de pesquisas realizadas na Unesp. Imagem: Prospera - Unesp.

Assim, os conselheiros tomaram como exemplo outras universidades que já recebiam donativos, como o “Fundo Patrimonial Amigos da Poli” da Escola Politécnica da USP. 

O modelo endowment foi escolhido para o Prospera. Nesse, os recursos captados permanecem no fundo e a universidade utiliza os rendimentos das aplicações financeiras. A verba poderá ser utilizada a partir do momento em que o fundo atingir um patrimônio de R$5 milhões.

Alexandre afirma que a escolha de uma tamareira como logo do projeto não foi por acaso. Há um provérbio árabe que afirma que quem planta tâmaras, não colhe tâmaras, devido ao longo tempo de espera pela fruta. Os conselheiros compreendem que essa inciativa será fundamental para o futuro da universidade.

Benefícios do Prospera 

As doações são direcionadas para financiamentos de projetos de pesquisas da Unesp - a única beneficiária do fundo. As verbas não serão utilizadas para pagamento de salários, contas, aluguéis ou reformas. 

O intuito é investir em pesquisa e inovação para solucionar problemas da sociedade. Alexandre menciona temas de pesquisas já existentes da Unesp como as Mudanças Climáticas, medicamentos e criação de novas vacinas, por exemplo. 

A Ciência é capaz de auxiliar a sociedade em momentos críticos. Imagem: Prospera - Unesp

“O intuito é possibilitar algo que não existiria apenas com o financiamento público. Além disso, a universidade pública tem a capacidade de alterar a realidade para melhor através da Ciência”, explica o docente.  

O geólogo também destaca a importância da doação para alavancar pesquisas e contribuir com a Ciência. A Unesp possui mais de 250 empresas filhas que são beneficiadas pelo conhecimento gerado na universidade. “Doar é também uma demonstração de reconhecimento com a formação”, afirma o egresso.