Conheça a dupla de unespianos que está desenvolvendo um medicamento para o Coronavírus | Alumni Unesp
Notícias fresquinhas para você ficar atualizado.
Publicado em:
02/08/2020
02/08/2020
Tempo de leitura: 3 min

Conheça a dupla de unespianos que está desenvolvendo um medicamento para o Coronavírus
Os egressos participam de um estudo promissor realizado por laboratórios da UNESP



Paulo Ricardo Sanches e Cintia Bittar são graduados na UNESP, atualmente ele é doutorando e ela pós doutoranda. Eles estão desenvolvendo uma pesquisa que visa encontrar um medicamento para o Coronavírus. Paulo é formado em Química, no campus de Araraquara, enquanto Cintia é formada em Ciências Biológicas, no campus de São José do Rio Preto. 


A pesquisa está sendo desenvolvida através de uma parceria entre o laboratório de síntese e estudo de biomoléculas do Instituto de Química (IQ), e o laboratório de estudos genômicos do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (IBILCE), ambos da UNESP.


A parceria entre esses laboratórios já vem de alguns anos, esses grupos são coordenados pelas Profas. Dras. Paula Rahal, Marília Calmon, e pelo Prof. Dr. Eduardo Maffud. Um dos sucessos dessa parceria foi o desenvolvimento de uma molécula capaz de inibir todas as etapas do vírus da hepatite C. Agora, estão trabalhando no desenvolvimento de um tratamento eficaz para a Covid-19.


“Decidimos focar nossos esforços para tentar desenvolver um possível medicamento. Nosso grupo é interdisciplinar, composto por profissionais com variadas formações, dentre elas Química e Biologia. Apesar de termos tarefas multidisciplinares, de maneira geral os químicos são responsáveis pelo planejamento, síntese e purificação dos compostos, enquanto os biólogos avaliam o potencial desses compostos em células infectadas pelo vírus, explica Paulo.


Cintia conta sobre sua função na pesquisa, enquanto bióloga, “a primeira etapa para desenvolver um antiviral é o teste em cultura de células. Para isso vamos infectar linhagens celulares de pulmão e rim de macaco e vamos tratá-las com os compostos sintéticos”.


A criação de um novo remédio para o Coronavírus


A pesquisa tem como objetivo que esses compostos virem fármacos e possam ser distribuídos para a população. Paulo explica, que o intuito é combinar esses novos sintéticos com antinflamatórios já disponíveis no mercado, como Ibuprofeno e o cetoprofeno. Porque uma das complicações da doença é a inflamação das células pulmonares, que pode causar uma inflamação generalizada e pode comprometer outros órgãos.


“Com essa pesquisa podemos chegar a um possível tratamento para a Covid-19 e, também, contra outras doenças causadas por vírus. Apesar de estarmos iniciando as pesquisas com o SARS-CoV-2 (nome do vírus), temos em nosso laboratório moléculas promissoras que podem apresentar grande potencial de inibição da multiplicação viral”, explica Paulo.


Segurança e testagem


O químico conta sobre o desafio de conseguir uma molécula que seja aprovada pelos órgão responsáveis. “Para chegarmos a uma molécula que atenda todas as especificações dos órgãos reguladores como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e a FDA (Food and Drug Administration - Administração de Comidas e Remédios), agências que regulam a liberação de novos fármacos no Brasil e nos Estados Unidos, respectivamente, precisamos submetê-las a uma série de testes que levam tempo, demandam muito trabalho e dedicação” 


Cintia afirma que o estudo está na primeira etapa do desenvolvimento, onde eles selecionarão quais moléculas são mais eficazes contra a doença. Essas passarão por outros testes, para confirmar que são realmente seguras para serem usadas nos pacientes. 




Equipe do laboratório do IBILCE. Da esquerda pra direita: Paula Rahal, Tamara Carvalho, Marília Calmon e Cíntia Bittar


Carreira e pesquisa na UNESP 


Cintia Bittar pesquisa sobre virologia desde de sua graduação, no seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Seu mestrado e doutorado seguiram na mesma direção, ela pesquisou sobre o vírus da Hepatite C. Hoje, ela é docente do Programa de Pós-graduação em Microbiologia do IBILCE. 


“Decidi expandir meus conhecimentos na área de virologia, iniciei uma linha de pesquisa sobre vírus emergentes. Hoje, atuo em projetos que estudam diversos aspectos dessa área, utilizando todos os conhecimentos adquiridos em minha formação”, conta Cintia.


Já o primeiro contato de Paulo em um laboratório, foi lavando vidrarias e organizando o espaço, como estudante da graduação. Logo, seu interesse nos estudos foi notado e ele conseguiu uma bolsa de iniciação científica. “Onze anos depois, aqui estou trabalhando no mesmo laboratório, como doutorando. Uma experiência muito gratificante e que tem me dado oportunidades de crescimento profissional e pessoal”.

Para o químico “A UNESP foi fundamental para a minha carreira, crescimento científico e humano. A humanidade que você encontra nos professores, alunos, funcionários é contagiante e nos faz querer estar cada vez mais engajados com a universidade”.


Atualmente, ambos lecionam e orientam alunos, perpetuando e desenvolvendo todos os conhecimentos que adquiriram na UNESP, para auxiliar na criação de uma nova geração de cientistas, com capacidade de auxiliar a sociedade em momentos como esse.















Últimas notícias

Egresso se torna escritor e é o 4º brasileiro a vencer o Prêmio Saramago Rafael Gallo é autor de livros vencedores de prêmios internacionais e nacionais
Banca Vunesp divulga concurso com salários até R$7.214,80 A seletiva possui 41 vagas de para profissionais da área de Enfermagem
Cirurgião dentista e professor universitário, Eduardo Sant’Ana compartilha sua história O egresso é formado pela Unesp e leciona Odontologia na USP